Na sala de imprensa do Palácio de Desportos Riazor, na Corunha, sobre o qual o selecionador português, Luís Sénica, disse ser “um templo” do hóquei, os treinadores das equipas mais fortes, como Portugal, Espanha e Itália, definiram os espanhóis como principais candidatos ao troféu.
A seleção espanhola não fugiu dessa ‘pressão’, com o técnico Alejandro Dominguez a admitir que a meta mínima “é ser campeão”, depois de uma “preparação extensa de seis semanas” para enfrentar “seleções fortes, incluindo a atual campeã europeia [Portugal]”, mas que “o objetivo é claro: recuperar o título”.
Por outro lado, o selecionador italiano, Massimo Mariotti, apontou as meias-finais como objetivo, apesar de nos “últimos anos [a equipa] ter mostrado um nível a par da Espanha e Portugal”, tendo ficado em segundo no último Europeu, em Portugal, e vencido em 2014, na cidade espanhola de Alcobendas.
“Para mim o hóquei aqui é espetacular, há 30 anos ganhámos aqui um Mundial. Temos uma boa equipa. Creio que a favorita é a Espanha porque é campeã do Mundo, tem uma equipa poderosa, um ambiente fantástico e Portugal é sempre Portugal. Têm 21 títulos, Espanha tem 16, nós só temos três... Este é o nível da competição, é a história que diz isto. Nós vamos à guerra para aproveitar as sobras”, referiu o ex-jogador italiano.
Luís Sénica afirmou desde logo que ia aproveitar as palavras do italiano e admitiu que “o mínimo é a meia-final” e, tal como disse Massimo Marotti, “aproveitar as sobras”, dispensando mais tempo durante a sua intervenção para saudar o regresso dos “amigos belgas, holandeses, e a tentativa de Andorra se fixar”.
Elogiou também a “persistência de Inglaterra”, exultando o trabalho do português Carlos Amaral, e ainda o “esforço da Áustria”, comandada pelo luso João Nuno Meireles, deixando ainda “uma palavra de solidariedade para o homem que mantém o hóquei vivo em França”.
“Isto é bem mais importante do que os títulos”, salientou o selecionador português, terminando a sua intervenção com a esperança de que “quem sabe daqui a uns anos há mais países”, frisando que esse é o seu “objetivo de sucesso”.
O ‘homem que mantém o hóquei vivo em França’ é o ‘timoneiro’ francês, Fabien Savreux, que também definiu como objetivo as “meias-finais”, embora revelou ter muitas dificuldades “na preparação”.
“Temos bons jogadores, mas o hóquei em França é muito difícil. São 11 equipas no Europeu, mas não significa que o hóquei esteja bem em toda a Europa. Para França penso que virão anos mais difíceis, temos jogadores que jogam em bons campeonatos, mas a estrutura do hóquei em França é muito difícil”, admitiu.
As restantes seleções sublinharam a importância da presença neste europeu, porque não estando inscritos nesta competição, não poderiam participar no Mundial do próximo ano, em Barcelona, nos World Roller Games (WRG), um evento que vai juntar 4.000 atletas de 150 competições, durante 10 dias.
Na seleção inglesa desde 1996, Carlos Amaral começou a intervenção ao afirmar que o objetivo “é a qualificação para os WRG”, e que este Europeu é “uma etapa para estar mais forte, trabalhar melhor o hóquei”, com “uma equipa jovem” e contra “o campeão da Europa e do Mundo”.
O treinador da Áustria, João Nuno Meireles, explicou que “a capacidade de participar dá oportunidade aos atletas austríacos de ‘matar o bichinho do hóquei’”, naquela que é uma equipa “recheada de miúdos, que estão a tentar fazer uma renovação”, enquanto o selecionador belga, que conta com três portugueses na equipa, regressa a uma competição internacional 22 anos depois, “com o propósito de preparar o ano que vem”, para os WRG.
O campeonato Europeu começa hoje com o jogo da anfitriã Espanha diante da Inglaterra, às 19:00, enquanto Portugal inicia a caminhada no domingo, às 21:00.
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