
"Eu propus um adiamento por um ano e Thomas Bach [presidente do Comité Olímpico Internacional] disse estar 100% de acordo", anunciou o primeiro-ministro Japonês Shinzo Abe, citado pela BBC.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciou hoje que o Comité Olímpico Internacional (COI) aceitou o seu pedido de adiar por um ano os Jogos Olímpicos Tóquio2020, devido ao surto da Covid-19.
Abe tornou público o seu pedido em declarações aos jornalistas, após ter tido uma conversa por videoconferência com o presidente do COI, Thomas Bach, e garantiu que o suíço concordou a “100%” com a sua proposta.
A decisão já era esperada, considerando que o próprio Shinzo Abe havia admitido que o adiamento poderia ser "inevitável".
No comunicado que formaliza a decisão, pode ler-se que "nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma dar posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021”, lê-se no comunicado.
Isto vai no sentido do que já tinha afirmado o primeiro-ministro japonês, nomeadamente que "a anulação não é uma possibilidade". Também o presidente do COI, Thomas Bach, defendeu que anular os Jogos seria "destruir o sonho olímpico".
Esta decisão foi tomada “para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional”, diz ainda o comunicado hoje divulgado.
Abe e o alemão Thomas Bach, líder do COI, estiveram reunidos por videoconferência juntamente com o presidente do Comité Organizador, Yoshiro Mori, com a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, e com outros elementos do COI.
Em conferência de imprensa depois de se conhecida a decisão, o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) afirmou que os Jogos Olímpicos de Tóquio2020 foram adiados como uma forma de “proteger vidas”.
“As consequências financeiras do adiamento não foram discutidas e não são a prioridade. Isto (adiamento) é para proteger vidas”, afirmou.
O dirigente máximo do COI explicou que as novas datas serão brevemente “discutidas pela Comissão de Coordenação e pelo Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio”, embora tudo aponte que a competição se realize, no máximo, até ao verão do próximo ano.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 deveriam realizar-se de 24 de julho a 09 de agosto.
Antes, na madrugada de hoje, em comunicado, o comité organizador reafirmou estar a “examinar planos detalhados para diferentes cenários, incluindo a abertura dos Jogos em 24 de julho, de acordo com o acordo alcançado com o COI”.
Reiterando que o cancelamento “não está na agenda”, a organização de Tóquio2020 assegurou dar prioridade à “segurança dos atletas, espetadores e todos os outros participantes”.
A decisão tem lugar depois do Canadá e da Austrália anunciarem que não iam enviar os seus atletas mesmo que os Jogos tivessem lugar.
O Comité Olímpico de Portugal (COP) pediu na segunda-feira firmeza e rapidez no anúncio de uma solução de adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, numa carta enviada ao presidente do COI.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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