“É uma das provas mais importantes do ‘ranking’ mundial, é o sonho de qualquer atleta estar nos Jogos Olímpicos, mas eu não sinto pressão. Estou disponível a encarar qualquer um. A pressão é uma coisa que está do outro lado. Eu já ganhei, agora é chegar ali, fazer algo diferente e ter um objetivo”, realçou o judoca, aos jornalistas.
Num espaço montado pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) no aeroporto de Lisboa, dedicado ao apoio a todos os atletas que vão representar o país na capital nipónica, Jorge Fonseca frisou estar preparado para fazer o seu melhor, com o objetivo de “conquistar o ouro”, focando-se apenas no que pode fazer, em vez de analisar os rivais.
“O principal rival sou eu. Se eu estiver bem, ganho a qualquer um. Portanto, o principal rival sou eu mesmo”, afirmou o atleta do Sporting, que pretende chegar ao Japão “com cabeça e mente limpas”, após o trabalho árduo que efetuou durante todo o ciclo olímpico.
O judoca, de 28 anos, 17.º classificado no Rio2016, chega à nova edição dos Jogos com o estatuto de bicampeão mundial, fruto das conquistas, precisamente, em Tóquio (2019) e Budapeste (2021), tendo também um terceiro lugar nos Europeus de Praga, em 2020.
“Uma medalha olímpica tem um peso completamente diferente de uma medalha mundial. Já conquistei dois títulos mundiais e, agora, quero uma medalha olímpica. Se não for neste [Tóquio2020], é no outro [Paris2024]. Estou a trabalhar para isso, tenho capacidade para isso e vou lutar para conquistar essa medalha. Não prometo, mas vou tentar”, expressou, garantindo querer “voltar a ser feliz” no tapete da capital japonesa.
Do Rio2016 para Tóquio2020, Jorge Fonseca considerou que “não mudou quase nada”, pois está “sempre pronto para competir e ir para a guerra”, embora denote um aumento da responsabilidade, que, no entanto, lhe dá “mais vontade de vencer”.
“É um novo Jorge, com determinação e ambição. Tenho fome de ganhar e quero comer os títulos. Trabalho sempre para isso”, sublinhou o judoca, natural de São Tomé e Príncipe, que acrescentou: “Estou preparado há muito tempo. Já nasci preparado”.
Conhecido também pelas danças feitas em pleno ‘tatami’ após as vitórias mais relevantes, Jorge Fonseca pretende manter a tradição em caso de vitória no evento olímpico: “Se ganhar, vou dançar um ‘pimbazinho’ para mostrar quem manda ali”.
Fonseca, segundo no ‘ranking’ na qualificação olímpica, vai iniciar a competição apenas na segunda ronda, frente ao vencedor do combate entre o brasileiro Rafael Buzacarini (17.º) e o belga Toma Nikiforov (16.º), duas vezes campeão da Europa, em Telavive, em 2018, e já este ano, em Lisboa, tendo sido ‘vice’ europeu em 2016, em Kazan, num currículo que inclui ainda um bronze nos Mundiais de 2015, em Astana.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão ser disputados entre sexta-feira e 8 de agosto, após o adiamento em um ano devido à pandemia de covid-19, estando a competição de judo marcada para decorrer entre sábado e 31 de julho, no Nippon Budokan.
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