Mário Machado, antigo chefe da Frente Nacional que já tinha dado conta da vontade de ter um papel mais ativo no Sporting, anunciou esta quinta-feira, 7 de junho, que irá avançar com uma candidatura à presidência da claque Juventude Leonina.

Amanhã, pelas 15h00, no Boa Hora Futebol Clube, Lisboa, Mário Machado irá anunciar esta candidatura. Mais acrescenta este "adepto fanático", como o próprio se descreve, que as suas convicções políticas ficarão à porta de Alvalade.

O evento, acrescenta, contará com a presença das autoridades.

Mário Machado saiu em liberdade condicional em maio de 2017, depois de quase uma década preso por condenações relacionadas com discriminação racial, coação agravada, posse ilegal de arma e ofensa à integridade física qualificada.

Em declarações à RTP, Mário Machado já havia afirmado a vontade de ter um papel mais ativo no clube. "Desde que saí da prisão, há um ano, tenho sido pressionado por muitos amigos ligados ao Sporting, porque sabem que sou sportinguista fanático, para tomar uma posição em relação à claque, seja para liderar, seja para ajudar a afastar a atual direção do clube. Estou envolvido noutros projetos e é-me difícil estar em vários ao mesmo tempo. Mas decidi ontem que vou ter papel mais ativo no Sporting", afirmou.

Esta quarta-feira, quatro pessoas foram detidas por suspeitas de comparticipação na invasão e agressões aos jogadores e equipa técnica do Sporting na Academia de Alcochete em maio, anunciou a Procuradoria Distrital de Lisboa (PGDL).

De acordo com a PGDL, no decurso das investigações, os quatro detidos foram constituídos arguidos “por existirem fortes indícios de comparticipação” na invasão e agressões ocorridas na Academia do Sporting Clube de Portugal, a 15 de maio. Entre os detidos está Fernando Mendes, ex-líder da Juve Leo, e o condutor do BMW que entrou e saiu da Academia, com autorização, no dia das agressões.

Diz ainda a PDGL que os factos em causa são “suscetíveis de integrar a prática dos crimes de introdução de lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravada, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e terrorismo”.

O clube de Alvalade vive momentos conturbados que culminaram na saída não só de Jorge Jesus e a rescisão por justa causa de Rui Patrício e Daniel Podence. A crise teve início em 15 de maio, quando cerca de 40 pessoas encapuzadas e alegadamente ligadas à claque Juve Leo, invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o 'team manager' do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral (MAG), a maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.

De seguida, realizaram-se reuniões da MAG demissionária e membros do CFD com a direção, que culminaram com a decisão anunciada por Jaime Marta Soares de marcar uma Assembleia Geral para votar a destituição do órgão liderado por Bruno de Carvalho, agendada para 23 de junho, tendo ainda sido criada uma comissão de fiscalização para o CFD.

Entretanto, o Conselho Diretivo (CD) do Sporting decidiu por seu lado substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma comissão transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, aprovação de duas alterações estatutárias e análise da situação do clube e prestação de esclarecimentos aos sócios, e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho. O braço de ferro entre as diferentes entidades prossegue, com Bruno de Carvalho a garantir que a assembleia destitutiva marcada pela MAG demissionária não terá lugar.