"São declarações horríveis", disse Nancy Faeser numa conferência de imprensa, na qual afirmou que mantém a confiança transmitida pelo primeiro-ministro do Qatar, que garantiu a segurança de todos os adeptos e visitantes durante a competição.

O ex-jogador da seleção do Qatar e embaixador do Mundial de Futebol Qatar2022, Khalid Salman, afirmou que a homossexualidade é um "distúrbio mental", numa entrevista que será exibida na televisão alemã, nesta terça-feira.

O país tolerará visitantes homossexuais, mas "eles têm que aceitar as nossas regras", disse Salman ao canal ZDF na conversa filmada no Qatar.

Na entrevista, abruptamente interrompida após os comentários, Salman acrescentou que a homossexualidade é "haram" ("pecado ou proibido" no Islão).

O reino do Golfo recebeu críticas antes da competição pelo historial que apresenta em termos de violação de direitos humanos, incluindo o tratamento a trabalhadores migrantes e a sua posição sobre os direitos das mulheres e LGBTQIA+, ou seja, a homossexualidade é ilegal naquele emirado.

Alguns capitães de seleções europeias, nomedamente, da Inglaterra, França ou Alemanha vão usar braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem "One Love" numa campanha antidiscriminação.

Milhares de adeptos que estiveram presentes nos estádios, na jornada do fim de semana da liga de futebol alemã, pediram o boicote ao Campeonato do Mundo do Qatar.

Na semana passada, Nancy Faeser, disse numa visita ao Qatar que assistirá ao Mundial de Futebol depois de ter recebido do primeiro-ministro do emirado "garantias de segurança" para todos os adeptos LGBTQIA+. A visita  da ministra foi acompanhada por deputados alemães, sendo que a ausência da comissária de direitos humanos do governo, Luise Amtsberg, foi a mais notada.

Faeser já tinha declarado que a realização do Mundial no Qatar era algo "muito sensível" do ponto de vista de Berlim, o que levou Doha a convocar o embaixador alemão para prestar explicações.