Neymar disse que voltou a estar debaixo dos holofotes porque "a tristeza não pode durar para sempre". O jogador mais caro da história estava no seu instituto, em Praia Grande, para prestigiar o torneio Red Bull Neymar Jr's Five, e conversou com a AFP acompanhado do filho, Davi Lucca, 6 anos.

O avançado do Paris Saint-Germain (PSG), que acabou esta semana com especulações sobre uma possível saída do clube francês, também falou sobre as suas expectativas para a nova temporada no PSG sob comando do técnico alemão Thomas Tuchel e na companhia do lendário guarda-redes Gianluigi Buffon, recém-contratado.

Qual foi o impacto do Mundial para si?

"É difícil responder a essa pergunta, era um sonho. Não só meu, mas dos 23 atletas, fora a comissão e milhões de brasileiros. Então, a tristeza é muito grande, ninguém está mais triste do que eu e os meus companheiros, mas também há a aprendizagem de ter disputado mais um Mundial e de saber o quanto é difícil chegar ao seu sonho. A gente tira uma lição grande também de ter feito parte do grupo. Foi uma honra ter participado em cada dia [da prova] com aquela equipa".

O Neymar chegou falar que era difícil reunir forças após a eliminação. Pensou em parar de jogar?

"Parar não, mas não queria ver bola na minha frente, não queria ver futebol, porque queria me desligar um pouco de tudo. Tive os meus momentos de luto, de tristeza, de ficar só. Não queria ver mais ninguém, mas a tristeza não pode durar para sempre porque tenho o meu filho, a minha família, os meus amigos, que não gostam de me ver triste. Eu tenho muito mais motivos para estar feliz do que triste".

Sente que as críticas foram mais pesadas sobre quem sofria a falta do que quem a fazia?

"[Risos] Isso é verdade, acho que é a primeira pessoa que faz essa pergunta e faz o raciocínio certo. Acho que pegaram no pé de quem sofre a falta, e não de quem faz, porque quem faz passou ileso. Não fui para o Mundial para ficar a sofrer falta, fui para ganhar. Os meus adversários obviamente que não iriam me deixar tranquilo, não iam me deixar passar sem me tocar, sem fazer as faltas, porque eles sabem que se não fizerem as faltas eu vou parar no golo. Acho que foi exagerado sim, mas já estou acostumado com tudo isso, já estou bem grande, já sei lidar muito bem com as críticas".

Existe muita pressão nos ombros do Neymar?

"Não, pressão é para todo o mundo que joga futebol. Claro que existem dois pesos quando são relacionados ao meu nome, eu sei disso. A responsabilidade que eu tenho, não só na seleção mas nos clubes que eu joguei, sempre foi muito grande. Desde que eu tinha 17 anos, 18, quando fui para a seleção, que já sabia da cobrança que iria ter, e me preparei para isso. Sei muito bem que quando os resultados não vêm, a crítica e a cobrança são maiores".

Houve conversas com outros clubes [para sair do PSG]?

"Não, não. Especulações só, da imprensa, de quem inventa essas histórias. Acho que tem de começar a perguntar para eles, que parece que sabem mais do que eu da minha vida. Eu não posso ficar respondendo essas perguntas porque não houve nada".

Quais são as expectativas com o PSG na próxima temporada?

"A expectativa é grande, recebemos uma lenda do futebol que, com toda a sua experiência, tenho certeza de que vai nos ajudar muito nesta temporada. Então fico muito feliz não só com ele, como com o treinador, que é uma grande pessoa, um grande treinador. Juntos a gente espera poder fazer um grande trabalho nesta temporada".