O Farense passou por uma situação difícil e esta administração da SAD está a operar uma grande transformação ao nível das infraestruturas. O que se está a criar agora foi o que faltou no passado", disse o diretor-desportivo Manuel Balela à comunicação social, à margem do primeiro treino da época.
A academia ficará situada no concelho de São Brás de Alportel e contará com vários relvados e um edifício de apoio, que incluirá ginásio, balneários, gabinetes médicos e refeitório.
A perspetiva, adiantou o dirigente, é que o primeiro dos vários campos relvados do equipamento possa já estar disponível até ao final deste ano, ajudando o Farense a ultrapassar constrangimentos ao nível do local de treinos que afetam o emblema há anos.
Na época passada, a equipa treinou "em mais de uma dezena de relvados em todo o Algarve, de Vila Real de Santo António a Lagos", lembrou Balela, antigo jogador, adjunto e treinador do Farense e há quatro anos no atual cargo, desde que João Rodrigues adquiriu a maioria na SAD e assumiu a presidência.
Para a época do regresso à I Liga, 18 anos depois, os algarvios ambicionam a permanência. "Este é um ano de consolidação do Farense na I Liga. Já não temos o estatuto que chegámos a ter, há várias décadas. Vai ser um ano extremamente difícil e esperamos atingir o objetivo da manutenção", afirmou o dirigente.
O treinador Sérgio Vieira, que conduziu o clube ao escalão principal - subida garantida de forma administrativa após a decisão da Liga de Clubes de dar a II Liga como concluída -, também apontou a sua mira à permanência.
"Existe um conjunto de 10/12 equipas que normalmente iniciam a época a tentar lutar pela manutenção e, depois, começam a ser interrogadas sobre se querem mais. Nós não podemos ser irresponsáveis e modificar aquilo que são os nossos objetivos iniciais: queremos conquistar pontos que permitam cumprir o primeiro objetivo, a permanência. Depois, veremos como o campeonato evolui", disse o técnico.
Para Sérgio Vieira, os jogadores terão de estar à altura da "grandeza" do Farense, demonstrando "superação, competitividade, agressividade, solidariedade e organização" em todos os momentos do jogo.
"A exigência vai ser muito maior e é essa exigência que temos de demonstrar todos os dias", referiu, sobre a transição de escalões, sem esquecer que a possibilidade de iniciar a temporada sem público no Estádio de São Luís terá impacto negativo.
De acordo com Sérgio Vieira, “pelo que se viu nestes jogos de I Liga, sabe-se que a ausência do público tem grande impacto”.
“Se tivermos público vai ser fantástico, porque os adeptos vão dar-nos uma energia extra para os duelos e momentos do jogo. Se não tivermos, temos de criar estratégias para nos superarmos", frisou o técnico.
Um dos principais reforços, o avançado Pedro Henrique, que estava ligado contratualmente ao Benfica, mas assinou em definitivo pelo Farense, admitiu que a adaptação aos ‘encarnados', que representou na equipa B, não correu bem.
"Acho que não me adaptei bem no Benfica, mas senti-me bem quando fui emprestado ao Feirense. Não creio que o problema tenha sido o Benfica, fui eu que não me adaptei ao estilo de jogo", afirmou o jogador, que na segunda metade da época esteve emprestado ao clube de Santa Maria da Feira.
Com os algarvios a chegar "à elite do futebol português", o dianteiro espera "garantir a manutenção na I Liga", reconhecendo que a titularidade não depende só de si.
"Vai ser uma época muito difícil. Vou trabalhar e quando o treinador achar que estou preparado, vou dar tudo e trabalhar para ser o principal ‘artilheiro’. Tenho uma meta de golos, mas fica para mim", finalizou.
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