Para o treinador, estar presente é um “motivo de satisfação para o clube”, mas, mesmo sabendo que “vai ser extremamente difícil”, será encarado “com o objetivo de vencer”, após trajeto iniciado em julho e que incluiu uma fase de grupos com equipas da I Liga (Moreirense, Vitória de Guimarães e Feirense).
“Nós partimos com o objetivo de chegar à fase de grupos. A partir do momento em que entrámos na fase de grupos, as outras equipas seriam as favoritas, fruto de jogarem todas na I Liga”, lembrou Pedro Miguel, em entrevista à agência Lusa.
Na fase de grupos, e “depois do empate no primeiro jogo, ficou tudo em aberto”, sendo que a viragem aconteceu com a “vitória em Guimarães”, pois, a partir dai, todos acreditaram que “era possível ir à ‘final-four'”.
“Fomos jogar o jogo decisivo a Santa Maria da Feira e, depois de ter uma vantagem de dois golos, conseguimos o empate que chegava. Conseguimos, com brilhantismo, a presença na ‘final-four'”, afirmou o treinador.
Sobre uma possível chegada à final e ser o “novo Moreirense”, vencedor da edição 2017/18, o técnico admitiu que “não há comparação possível” com as outras três equipas, que são “mais fortes”, mas, ainda assim, garantiu que a Oliveirense “tem mais vontade do que qualquer equipa” que vai disputar o título.
“Uma coisa é ter vontade, outra é ter capacidade e potencial para que isso aconteça. Sabemos que o que aconteceu o ano passado ninguém estava à espera e agora colocam essa questão de sermos os menos favoritos e eventualmente podermos ganhar. Se gostaríamos? Naturalmente que sim e queríamos, mas é preciso que os outros deixem”, rematou.
Apesar de uma boa campanha na Taça da Liga, o clube está nos lugares de despromoção no campeonato, com um plantel que tem um misto de experiência e juventude, em jogadores como Filipe Gonçalves, vencedor da primeira edição da Taça da Liga, pelo Vitória de Setúbal, e o ‘capitão’ Ricardo Tavares, de 22 anos, que fez a sua formação no FC Porto e Sporting, emblemas que poderá reencontrar na final.
Para o médio de 33 anos, será “curioso e especial” defrontar os ‘sadinos’, depois de ter ganhado a competição com eles, mas sublinhou o “tremendo orgulho” que seria uma equipa como a Oliveirense levantar “um troféu deste género, que supostamente foi feito e é considerado um troféu para os ‘grandes'”.
Filipe Gonçalves destaca, para já, o “caminho excelente”, com “grandes exibições e muita ambição”, que levam agora para o próximo jogo, “para tentar ganhar e chegar à final”.
“Nós falamos sempre no próximo jogo e o próximo jogo é o Setúbal e queremos ganhar. Obviamente, temos noção que existem diferenças, quer de escalão, de orçamentos e provavelmente na qualidade da equipa, mas, a partir do momento em que entramos em campo, somos 11 contra 11 e vamos tentar fazer o nosso melhor, e esperamos sair vitoriosos”, disse.
Com uma vasta experiência na I Liga, Filipe Gonçalves chegou a Oliveira de Azeméis no início da temporada, tendo estado parado dois meses devido a uma mazela, mas garantiu que o balanço tem sido positivo e admitiu que a equipa poderia estar “mais acima na classificação, tendo em conta o futebol que pratica e a qualidade que tem”, com a Taça da Liga a ser a prova disso.
Em termos de ensinamentos que tenta passar aos elementos mais jovem do plantel, tal como Ricardo Tavares, o médio revelou que acima de tudo tenta passar tranquilidade, “porque quando há qualidade, há ambição”, e se tiverem “tranquilidade e confiança” nas capacidades, “as coisas fluem de forma mais natural”.
“Como jovens, acho que me ouvem e aceitam os conselhos que lhes dou. Mas, sem isto eu querer ser mais do que eles, sou mais um, quero ajudá-los e ajudar a nossa equipa. É para isso que trabalhamos, para fazer um grupo forte e unido e conseguir os nossos objetivos”, rematou.
O lateral esquerdo Ricardo Tavares reconheceu o papel de jogadores experientes, como Filipe Gonçalves, explanando que “é sempre bom ter jogadores com qualidade e experiência, que podem ajudar jogadores jovens, dando conselhos”, e que, “mesmo dentro de campo”, oferecem outra “visão de jogo”, antes de abordar o tema da braçadeira de capitão, os objetivos e o percurso na competição.
“Não acho que seja uma pressão (ser capitão). O treinador acreditou em mim, só tenho de olhar para isso com orgulho e tentar representar da melhor maneira. (…) Não olho para a goleada (em Guimarães). Nós sabemos o que fazemos no dia a dia e trabalhamos para dar o nosso melhor. Claro que a goleada foi uma coisa muito bonita, mas não podemos olhar para o passado. Temos de acreditar que podemos lá chegar. Claro que o Setúbal, como clube da I Liga, tem jogadores de qualidade, mas trabalhamos no dia a dia para dar o nosso melhor e, quem sabe, chegar à final”, continuou.
Acerca de um possível reencontro na final com dois clubes da sua formação, o antigo internacional pelas camadas jovens portuguesas, confessou ser “indiferente” o adversário que poderá encontrar, mas que “vendo por outro prisma, preferia o Sporting”.
“Tem jogadores que jogaram comigo na formação e com quem lido mais pessoalmente. Para mim, vai ser um jogo normal, como todos os outros. Claro que encontrar adversários que jogaram contra mim e comigo na formação é bom, mas é um jogo completamente normal”, finalizou.
A Oliveirense entra em campo na terça-feira, às 20:45, para defrontar o Vitória de Setúbal para a meia-final da Taça da Liga, com a final a ser disputada no sábado.
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