Os nadadores Diogo Ribeiro, Camila Rebelo, João Costa e Miguel Nascimento tiveram o voo oriundo de Paris atrasado em uma hora e já chegaram depois da meia-noite à zona das chegadas, onde aguardavam alguns familiares e amigos a saudá-los pela prestação.
“Foi a primeira experiência e retiro muitas aprendizagens. Já sei com o que vou contar da próxima vez. Não são desculpas o que eu disse, foi só o que achei da experiência. Eu nunca quis que isso se tornasse desculpa, nunca o farei. Quando faço as coisas mal, eu sou o primeiro a admitir que correram mal. Desta vez as coisas não correram mal, mas habituei a bons resultados e medalhas”, disse Diogo Ribeiro, na chegada ao aeroporto.
O campeão mundial dos 50 e 100 metros mariposa — a primeira não é olímpica — ficou em 16.º nos 50 metros livres, alcançando as meias-finais, mas terminou em 20.º lugar nos 100 metros mariposa, a sua vertente de eleição, e pelo 28.º nos 100 metros livres.
“Não são as condições que se têm de adaptar a nós, somos nós que temos de adaptar às condições. Eu simplesmente fui apanhado desprevenido, assim como outros atletas. Não sou o único que tenho dito, ainda hoje o Thomas Ceccon foi apanhado a dormir na rua lá na Vila Olímpica, porque está muito calor e não há ar condicionado nos quartos. Não é dar desculpas, mas sim falar do que gostávamos que melhorassem. Se ninguém falar, as coisas não vão melhorar”, apontou o nadador do Benfica, de apenas 19 anos.
Diogo Ribeiro mostrou-se triste pelas críticas de que foi alvo, após as declarações que fez logo depois da sua despedida dos Jogos Olímpicos, mas agora quer estar tranquilo.
“Acima de tudo, temos de saber que fui o quarto melhor resultado português em Jogos Olímpicos, e foram apenas os meus primeiros. Quero estar sereno e tranquilo, vou ter agora as minhas férias, não sei de quanto tempo, descansar a cabeça e perceber logo quando voltarmos o que falhámos, para tentar reproduzir o mais possível no próximo ciclo olímpico e estar nos próximos Jogos mais forte do que nunca”, frisou o nadador.
Se Diogo Ribeiro considerou que não se sentiu competitivo na capital francesa, Camila Rebelo entende que foi positiva toda a experiência, depois do 19.º lugar alcançado nos 200 metros costas femininos, prova na qual arrebatou o cetro europeu ainda este ano.
“Acho que foi positivo com toda a experiência aprendida. Claro que a nossa prestação é muito importante nos Jogos Olímpicos, mas aprendi muito e vou voltar aos próximos Jogos com uma boa carga de competições”, disse, acrescentando: “Agora, é descansar o corpo e a mente, que estão a precisar. Depois, vou querer continuar a carreira dual”.
João Costa foi 32.º nos 100 metros costas e, apesar do resultado, salientou que a sua participação foi “histórica”, por ter sido a primeira, apontando para Los Angeles2028.
“Apesar de tudo, na minha cabeça foi uma participação histórica, porque foi a minha estreia em Jogos Olímpicos e vai ser sempre especial para mim. Posso dizer que sou olímpico e agora é continuar a trabalhar para mais”, afirmou, acrescentando: “Vão ser quatro anos longos, com muitas provas pelo meio. Um passo de cada vez, mas daqui a quatro anos vou querer estar lá [em Los Angeles, próximo local da competição], claro”.
Aos 29 anos, Miguel Nascimento cumpriu o sonho de competir nos Jogos Olímpicos e, apesar de não ter conseguido o resultado desejado, foi uma semana “muito emotiva”.
“Depois de tantos anos a trabalhar para este objetivo, está concluído. Não da maneira que a equipa desejava, mas agora é ver o que falhámos e tentar perceber o que temos de melhorar, para que não volte a acontecer”, atirou, assegurando que “queria mais” e que isso o deixa “um pouco com um amargo de boca”, precisando agora de descansar.
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