Depois de Carlos Lisboa, nos anos 80 do século passado, e João ‘Betinho’ Gomes, em 2007, terem ‘ameaçado’, o poste de 2,13 metros, natural do Barreiro, onde nasceu em 13 de julho de 1999, há 22 anos, está mais perto do que nunca de concretizar o sonho.

“Quando dizia que queria chegar à NBA, houve pessoas que se riram na minha cara, houve pessoas que disseram que não era possível. E eu não me preocupei com isso. Acho que isto aqui só prova que não tens de acreditar no que as pessoas dizem. Tens de acreditar no que tu achas que és capaz de fazer”, disse recentemente o internacional luso em entrevista ao SAPO24.

Neemias Queta: "Quando dizia que queria chegar à NBA, houve pessoas que se riram na minha cara"
Neemias Queta: "Quando dizia que queria chegar à NBA, houve pessoas que se riram na minha cara"
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A decisão já não está nas suas mãos, mas, para estar nas cogitações para ser eleito no ‘draft’ – está projetado para ser a escolha 60, dos Indiana Pacers, segundo a ESPN - é porque já fez a sua parte, em três anos de grande qualidade no basquetebol universitário, pelos Utah State Aggies.

De 2018/19 a 2020/21, Neemias Queta teve médias de 13,2 pontos, 9,0 ressaltos, 2,5 desarmes de lançamento e 2,0 assistências, com 59,4% nos lançamentos de campo.

Os números estão, porém, longe de mostrar tudo, pois, acima de tudo, o poste português destacou-se pelos seus desempenhos defensivos, a capacidade de intimidar junto ao cesto, podendo ser por aí que vá ser eleito para a NBA.

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Ouça aqui a conversa de Neemias Queta com João Dinis e Ricardo Brito Reis no Bola ao Ar, podcast sobre NBA da MadreMedia:

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O ex-jogador do Benfica, clube do qual saltou para os Estados Unidos, está longe também de ser um ‘produto acabado’, com mostram os seus números ascendentes pelos Aggies, nomeadamente nos pontos (11,8 na primeira época, 13,0 na segunda e 14,9 na terceira).

Em 2020/21, acabou mesmo, e pela primeira vez, com média de ‘duplo duplo’ (14,9 pontos e 10,1 ressaltos), mais um recorde de 3,3 desarmes de lançamento, o que fez com que fosse um dos quatro finalistas ao prémio Naismith de melhor defensor do ano do basquetebol universitário (NCAA).

Neemias destacou-se individualmente e foi preponderante no sucesso coletivo de Utah State, que conduziu à vitória na Conferência Montain West em 2019 e 2020. Em 2021, não logrou esse objetivo, mas chegou, ainda assim, ao ‘March Madness’.

Os Aggies caíram na primeira ronda, perante Texas Tech (53-65), apesar dos 11 pontos, 14 ressaltos, oito desarmes de lançamento, seis assistências e um roubo de bola de Neemias, na sua despedida universitária, antes de se propor ao ‘draft’, abdicando da época de ‘senior’, o que aconteceu em 29 de março.

“Depois de conversas com a minha família e os membros da equipa técnica da Universidade de Utah State, decidi perseguir o meu sonho de jogar na NBA e declaro-me para o ‘draft’ da NBA de 2021”, escreveu, então, na sua conta no Twitter.

Em 2019, também se tinha declarado elegível e acabou por recuar, mas, desta vez, a decisão é irreversível: Neemias Queta decidiu-se pelo profissionalismo e espera que uma das 30 equipas na NBA acredite no seu valor.

O ‘draft’ de 2021 da NBA realiza-se na quinta-feira, dividido em duas rondas, com os Detroit Pistons a serem os primeiros a escolher, em princípio, o base Cade Cunningham, proveniente da Universidade de Oklahoma State.

Seguem-se os Houston Rockets, que apontam ao base/extremo Jalen Green, e os Cleveland Cavaliers, cuja opção poderá recair no poste Evan Mobley. Depois, serão mais 57 nomes e em Portugal espera-se que Neemias Queta esteja entre eles.