A três dias de se jogar mais um duelo na história particular dos dois rivais de Lisboa, o ex-jogador do Benfica, hoje com 53 anos, realça que "muita gente não acreditava" naquela altura na capacidade da equipa para conseguir ultrapassar um Sporting poderoso em Alvalade e que alimentava também o sonho de ser campeão.

"Pelo momento que atravessava o Benfica e pela sua gestão - com salários em atraso e em que tínhamos de tentar resolver a questão ganhando o campeonato -, o dérbi mais marcante foi quando fomos a Alvalade ganhar 6-3. Até hoje as pessoas lembram esse desafio. Ficou marcado, mas todos os dérbis tinham um gostinho especial", refere à Lusa o antigo avançado.

Nesse desafio, a 14 de maio de 1994, o Benfica entrou a perder, mas o clube da Luz viria a revelar-se mais forte, contando então também com o acerto do jogador brasileiro, que assinou dois dos seis golos ‘encarnados'. Apesar do feito, Isaías considera que o momento mais marcante do jogo não chegou com nenhum dos seus golos, mas sim com o terceiro do colega João Pinto.

"Foi quando conseguimos dar a volta ao resultado. Tivemos um livre do lado direito, o Paneira centrou a bola ao segundo poste, eu consegui ganhar de cabeça e passei para o João Pinto, que fez o 3-2. A partir daí, ganhámos um pouco de tranquilidade e sentimos que poderíamos conquistar a vitória", frisa, evidenciando a "quebra de ânimo" entre os leões.

O facto de não ser internacional brasileiro num plantel que estava habituado a contar com vários jogadores desse calibre fez então Isaías assumir uma responsabilidade maior nos grandes duelos com os rivais para se poder equiparar sem condicionalismos aos colegas: "Tinha sempre de procurar fazer a diferença. Preparava-me de forma especial para estes jogos".

Durante cinco épocas na Luz, o jogador que se celebrizou pelo seu ‘pontapé-canhão’ apontou cinco golos em oito duelos com o Sporting. Na memória estão não só os golos, mas também as inúmeras tentativas dos locais mais improváveis do campo, algo que o ex-jogador refere que era fruto do trabalho e não de pura sorte.

"É muito bom ter [essa lembrança dos adeptos] no currículo. Os adeptos não esquecem. Sempre fiz golos que as pessoas achavam impossíveis, mas eu sabia que não eram impossíveis, porque trabalhava com muita aplicação e dedicação durante a semana. A alegria do futebol não é uma jogada bonita, uma ‘cueca’ ou um chapéu, é a bola dentro das redes. E eu trabalhava para isso", sublinhou.

O contexto atual volta a colocar o Benfica na discussão pelo título nacional, mas desta feita os ‘leões’ parecem já correr por fora, numa fase em que o Sporting ocupa o terceiro posto, a oito pontos da liderança dos ‘encarnados’. Porém, Isaías salienta o valor do adversário e a sua determinação em dar uma alegria aos respetivos adeptos.

"O Sporting vai fazer tudo para colocar uma pedra no caminho do Benfica. Tem esta oportunidade de atrapalhar a vida do Benfica em relação à possibilidade de conquistar o 36.º título. Por isso, o Benfica tem de jogar de igual para igual. A melhor maneira de evitar sofrer golos é ter a bola longe da baliza", sentenciou.

O Sporting, terceiro classificado, com 63 pontos, recebe este sábado, às 20:30, o Benfica, líder, com 71, num jogo referente à 30.ª jornada da I Liga, marcado para o Estádio José Alvalade.

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