Em declarações à Lusa, o antigo dirigente 'leonino' considera que se trata de uma "traição" ao líder do clube, mas diz não ter ficado surpreendido com a tomada de posição pública de Jaime Marta Soares à TSF. Para o cirurgião, o atual presidente da AG "devia ter vergonha na cara" e limitar-se a cumprir os estatutos do clube.
"Acho essa afirmação um absurdo total. Nem compete ao presidente da AG julgar se o presidente deve ou não deve continuar na presidência. São declarações de alguém a quem subiu à cabeça o ser presidente da AG. A opinião dele conta tanto como a de qualquer outro sócio. Até me cheiram a traição, impressionam-me pela falta de lealdade e gratidão", refere.
Questionado sobre o peso de uma falta de apoio dos órgãos sociais, como a Mesa da AG, a Bruno de Carvalho, o antecessor de Jaime Marta Soares desvaloriza a situação, recordando a sua experiência pessoal no cargo ao lado de uma direção presidida por Godinho Lopes e pela qual não tinha sido eleito.
"Da parte do [Jaime] Marta Soares isso não me espanta. Só tenho pena de não o ter podido evitar na altura própria. Já está tudo a saltar do barco, pensando que é inexorável a saída do Bruno [de Carvalho]. Claro que já não vai ter o apoio maciço, porque as pessoas têm o direito de mudar o seu sentido de voto, mas não vejo alternativa neste momento para que se faça aproveitamento destas declarações. É inacreditável, inaceitável, desleal".
Sem deixar de frisar que os "votos em Marta Soares foram votos em Bruno de Carvalho", Eduardo Barroso diz não ver razão para ser invocada "justa causa" para a revogação dos mandatos do Conselho Diretivo (CD) e do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), tal como está previsto no artigo 40.º dos estatutos do Sporting.
"Não vejo que haja razão para justa causa para destituir o presidente por causa de um conflito com a equipa de futebol. Não faz sentido. O presidente fez um desabafo, teve um estado de alma. E o que se pode dizer é: é legitimo que o presidente do Sporting transmita os seus estados de alma publicamente? Acho que não, mas não vejo naquele 'post' [no Facebook] nada de ofensivo", sublinha.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, o antigo dirigente dos 'leões' reiterou que "há varias maneiras de discordar de Bruno de Carvalho" e que também discordou da forma pública como o atual presidente 'leonino' manifestou o seu desagrado depois da derrota, por 2-0, frente ao Atlético de Madrid, na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa.
"Discordo daquele 'post' inicial, que desencadeou esta última crise com a equipa de futebol. Eu teria subscrito a cem por cento, não houve nada daquele 'post' que eu, sócio há 69 anos e n.º 471, não pudesse dizer. Fica por saber é se o presidente tem também o direito de fazer aquele tipo de crítica pública, mas Bruno de Carvalho já nos tinha dito que sim", conclui.
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