De todas as equipas presentes na Taça das Confederações não haveria, provavelmente, melhor adversário para dar as boas vindas a Portugal na competição do que o México, seleção ‘veterana’, por estas bandas, com sete presenças na prova, e a única na presente edição a já ter erguido o troféu.
Aconteceu em 1999, quando derrotou em casa o Brasil na final, por 4-3, numa época em que La Tricolor se apresentou ao mundo com uma equipa em que todos os jogadores atuavam na liga mexicana. Agora, 18 anos depois, a seleção mexicana é muito diferente, com apenas 9 dos 23 convocados por Juan Carlos Osorio a atuar na liga nacional.
Num grupo em que metade dos jogadores atua em campeonatos europeus, Javier Hernández, mais conhecido por Chicarito, continua a ser o perigo número um dos mexicanos. Isto depois de, no final de maio, se ter sagrado no maior goleador da história do seu país, com 47 tentos em 92 jogos.
Para o "baile inaugural", Portugal terá um par na sua melhor forma. Após ter conquistado a CONCACAF de Ouro, o México tem protagonizado um grande apuramento para o Campeonato do Mundo de 2018, sendo líderes e senhores do grupo da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (CONCACAF), com 14 pontos (4V2E0D).
Antes de viajar para a Rússia, o México recebeu e venceu as Honduras por 3-0, e empatou em casa com o Estados Unidos (1-1), em dois jogos a contar para a fase de apuramento para o Mundial2018.
Já parece distante o pesadelo vivido nos quartos-de-final na Copa Centenario, em 2016, a última vez que a seleção tricolor sentiu o amargo sabor da derrota, aquando da goleada perante o Chile (7-0) .
A história pesa. Sempre. Quer seja para fomentar uma rivalidade, para o discurso de motivação de um capitão ou treinador ou para fazer manchetes nos jornais desportivos. A história conta. E se o passado dá experiência ao México na competição, o histórico de confrontos dos mexicanos com Portugal, é uma história sem um final feliz para o emblema da América do Norte.
Em três encontros, a seleção das quinas soma duas vitórias e um empate. No único encontro a valer, disputado em 2006, no Mundial da Alemanha, Portugal venceu por 2-1, com um golo de Maniche e outro de Simão Sabrosa, de grande penalidade. O tento de resposta foi de Kikin Fonseca, ex-Benfica.
Mas este, mais uma vez, não é o México de 2006, a começar por um facto importante: três dos 23 jogadores que vão disputar esta taça jogam na I Liga portuguesa. Raúl Jieménez do Benfica e Hector Herrera e Miguel Layun do FC Porto (Corona, jogador que também representa os ‘dragões', estava na lista, mas pediu para ser excluído da convocatória invocando problemas pessoais), são colegas de equipa de vários jogadores lusos e prometem ser um quebra-cabeças tático que Fernando Santos terá de saber fintar.
Uma equipa atipicamente americana
No Grupo A da Taça das Confederações, na teoria, o México é o adversário que mais dificuldades deverá criar a Portugal, com um conjunto de jogadores que ‘respira' experiência, mas também criatividade. O colombiano Juan Carlos Osorio juntou o melhor dos dois mundos: a garra sul-americana ao futebol moderno de Ferguson que o inspira.
O México não é só força e garra. A inteligência tática de gestão de espaços, que encontra em Herrera o motor da construção ofensiva apoiada e vinda de trás, junta-se à imprevisibilidade dos jogadores que compõe o último terço para formar uma das seleções mais fortes no momento da transição ofensiva que sabe bem como não descurar a defesa.
Serão estas as armas ao serviço com que este México tentará derrubar o campeão europeu e voltar a fazer o que foi feito 1999, colocando a tricolor de novo entre as maiores seleções do mundo.
O Portugal-México está agendado para sábado, a partir das 18:00 locais (16:00 em Lisboa), na Arena Kazan.
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