“Já são 11 Voltas a França. Sem dúvida, uma bagagem muito interessante, depois destes anos. Fui adquirindo sempre muita experiência no Tour, é uma prova que eu admiro, que adoro fazer, sabendo das circunstâncias, da dureza, do grau de dificuldade que é correr uma Volta a França. Para mim, é sempre uma oportunidade estar aqui e uma ilusão enorme estar de volta ao Tour. Face a ter este ano novamente os objetivos claros, a ter mudado de equipa, tudo isso é novo para mim, o que faz que tenha uma ambição superior e boa para este ano”, explicou.
Em declarações recolhidas pela assessoria de imprensa da Intermarché-Circus-Wanty e enviadas à agência Lusa, já que o ciclista poveiro não esteve disponível para uma entrevista, Rui Costa estimou que os seus objetivos para a prova que arranca no sábado, em Bilbau (Espanha), são “parecidos àqueles que trazia” nos seus primeiros anos no WorldTour, primeiro escalão do ciclismo ao qual chegou em 2009, precisamente o seu ano de estreia na ‘Grande Boucle’.
“No último Tour que eu fiz [2021], as ideias vinham claras, que era para ajudar a equipa, para ajudar o Tadej [Pogacar] a ganhar o Tour. E este ano volto a ter novas aspirações, que é voltar a poder lutar por uma etapa e quem sabe poder ganhar. Não é fácil. Todos os que aqui estão querem ganhar. Vamos dar o nosso melhor, o objetivo tanto meu como da equipa é, no fundo, poder levar uma vitória de etapa. Seria o maior objetivo e, depois, também temos o objetivo que é o Louis Meintjes tentar novamente o ‘top 10′”, revelou.
O antigo campeão mundial de fundo (2013) assumiu que, apesar de a preparação para a Volta a França ter sido feita, “talvez não chegue no auge da condição, porque as coisas na Volta à Suíça não correram da melhor forma”, devido ao abandono precoce da sua equipa, motivado pela trágica morte do ciclista suíço Gino Mäder, de 26 anos.
“No final, posso dizer que o ritmo competitivo não é o esperado, mas irei dar o meu melhor, como é óbvio. E o Tour também são três semanas, tenho tempo de sobra para poder buscar ritmo competitivo”, sustentou.
Ainda assim, Costa, de 36 anos, sabe que os primeiros dias deste Tour, nomeadamente as três primeiras etapas, percorridas no País Basco espanhol, serão um grande desafio.
“Vi um pouco o que era a primeira semana, os percursos da primeira semana. Sabemos bem que os primeiros dois dias aqui no País Basco não são nada fáceis, acho que cada dia que se irá correr, vai-se correr de forma um pouco [à] ‘clássica’ […]. Sabendo que as estradas em si são muito acentuadas, são estradas algo irregulares, estradas bastante estreitas, as descidas também são muito rápidas, então requer sempre uma atenção especial, sobretudo no que são os dois primeiros dias”, alertou.
O experiente ciclista luso, que esta temporada assinou pela Intermarché-Circus-Wanty após seis temporadas na UAE Emirates, vê uma primeira semana “com vários dias de oportunidade” para uma escapada ‘vingar’, nomeadamente a partir da quinta etapa, que acredita ser “um dia bom para a fuga”.
Prestes a iniciar a sua 15.ª grande Volta — também esteve duas vezes no Giro e duas na Vuelta -, Costa elegeu o seu antigo companheiro, que ajudou no triunfo de 2021, como seu favorito para esta edição.
“É um bocadinho difícil apontar um corredor favorito, mas eu sei bem com que ambição corre o Tadej. É certo que nos últimos meses ele correu quase nada…. O [Jonas] Vingegaard vem com a moral em alta, porque basicamente ganhou quase tudo o que tem vindo a fazer, então é o corredor que moralmente e fisicamente vai entrar muito forte. O Pogacar é uma incógnita, mas do Pogacar pode-se esperar tudo e o meu candidato aponto para o Tadej Pogacar”, concluiu.
A 110.ª Volta a França arranca no sábado em Bilbau (Espanha), com os portugueses Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro (Movistar) e Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) entre os 176 ciclistas participantes, e termina em 23 de julho em Paris, com os Campos Elísios a testemunharem a ‘coroação’ do sucessor do dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma).
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