O campeão do mundo da especialidade, que já tinha começado o Giro de 2020 desta forma, cumpriu a distância de 8,6 quilómetros, em Turim, em 8.47 minutos, à frente de dois ciclistas da Jumbo-Visma, o italiano Edoardo Affini, segundo, a 10 segundos, e o norueguês Tobias Foss, terceiro, a 13.
Almeida, quarto em 2020, num ano em que liderou durante 15 dias seguidos, registou o quarto melhor tempo e está agora a 17 segundos do primeiro camisola rosa, e o primeiro entre os candidatos à geral final.
Apesar de indicadores menos bons em 2021, Ganna voltou a mostrar porque é que é o campeão do mundo do ‘crono’, pulverizando o tempo dos rivais e cortando a meta com uma média muito próxima dos 59 km/h.
O italiano ‘voou’ para voltar a vestir a ‘maglia rosa’ após o primeiro dia, e quererá pelo menos aproximar-se do que fez em outubro passado: venceu os três contrarrelógios (este ano há apenas dois) e ainda numa etapa de fundo, após uma fuga.
“Depois da Volta à Romandia [em que foi ‘apenas’ terceiro no ‘crono], não vinha com o moral muito elevado, mas agora voltou, estou muito feliz. (…) Se puxavam por mim, é porque ia rápido. Foi assim que consegui a vitória”, declarou o vencedor, de 24 anos.
Ganna voltou a dar uma alegria aos italianos logo à partida, e à beira do percurso eram muitos os fãs do contrarrelogista, vários com cartazes que o declaravam como ‘Top Ganna’, em alusão ao filme protagonizado por Tom Cruise, ‘Top Gun — Ases Indomáveis’.
O domínio foi tal que Affini, que já tinha ‘pasmado’ o pelotão com o tempo que tinha feito, tirou, literalmente, o chapéu ao novo melhor tempo, quando deixava a ‘cadeira quente’ e foi focado pelas imagens televisivas.
Na luta específica entre os favoritos, foi o português a ‘brilhar’, com um tempo que quase deu para pódio, não fosse Tobias Foss, um ‘outsider’ da Jumbo-Visma, que traz o neozelandês George Bennett como líder, vendo-o terminar em 52.º, já a 41 segundos.
Almeida aproveitou um dos seus pontos fortes para colocar já distância para alguns dos favoritos, posicionando-se como candidato a assumir a ‘maglia rosa’ assim que a montanha começar a aparecer.
Neste capítulo, os mais prejudicados foram o francês Romain Bardet (DSM), 91.º, o espanhol Mikel Landa (Bahrain Victorious), 77.º, ou o também espanhol Marc Soler (Movistar), 56.º, que perderam já preciosos segundos para os rivais, entre outros ciclistas que se posicionaram entre 40 segundos e um minuto de distância para o vencedor.
O colombiano Egan Bernal (INEOS), um dos principais favoritos, foi 40.º a 39 segundos, com o britânico Simon Yates (BikeExchange) a fazer um pouco melhor, em 37.º a 38.
Por outro lado, em bom plano esteve o belga Remco Evenepoel, colega de João Almeida, a regressar à competição pela primeira vez desde um acidente na Volta à Lombardia de 2020.
O ‘prodígio’, apontado como um dos grandes nomes do ciclismo mundial no presente e futuro, foi sétimo, ficando aquém do tempo de dois colegas de equipa: o português e o francês Rémi Cavagna, um dos favoritos à vitória.
Outro bom resultado foi o do russo Alexander Vlasov (Astana), 11.º, além do italiano Domenico Pozzovivo (Qhubeka ASSOS), com o 21.º melhor registo, cedendo 31 segundos para o vencedor.
Nelson Oliveira (Movistar), que quando cortou a meta tinha o segundo tempo provisório na ‘sua’ especialidade, foi 16.º, a 29 segundos do vencedor, e Ruben Guerreiro (Education First-Nippo) foi 74.º, a 47.
No domingo, a segunda etapa liga Stupinigi a Novara, ao longo de 179 quilómetros, com um traçado plano que, em teoria, favorece uma chegada em pelotão compacto, propícia ao ‘sprint’.
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