Durante anos, abrir uma conta bancária foi sinónimo de burocracia e, por inerência, tempo gasto no processo. A concorrência de novos serviços financeiros aligeirou o processo, mas continuou a ser necessário um ritual de vários papéis, documentos, comprovativos e assinaturas para, no final, ter um IBAN onde seja possível depositar o dinheiro. Sendo que todo o processo tem um custo associado que é o preço que os bancos e instituições financeiras cobram aos clientes por terem esse espaço onde pode movimentar o seu dinheiro.

Foi nesta oportunidade que a Nickel viu um espaço para uma proposta diferente: a ada abertura de uma conta bancária em poucos minutos em locais de proximidade onde as pessoas já vão regularmente, como quiosques e tabacarias. A empresa nasceu como uma startup em França, foi adquirida pelo BNP Paribas em 2017, e chega agora ao mercado português.

O objetivo é alcançar 450 mil contas e 2.500 pontos de venda em cinco anos. Os donos do comércio de bairro como as tabacarias, quiosques – podem também ser cafés ou mesmo mercearias – serão os “Agentes Nickel”, numa lógica de atuação semelhante à que já existe noutros negócios.

A conta é aberta no local através de um conjunto de passos que são executados num dispositivo colocado na loja e o cartão que dá acesso a movimentar a conta é dado na hora. Um ponto importante que os responsáveis da Nickel destacam é que este processo gera efetivamente um IBAN, ou seja, é uma conta bancária e não apenas um cartão de pagamentos.

João Guerra, Nickel
João Guerra, Nickel

“Sem montante mínimo de abertura e sem obrigatoriedade de domiciliação de ordenado, é possível abrir uma conta com um documento de identificação em qualquer Agente Nickel. Na abertura da conta, o cliente recebe de imediato um cartão de débito Mastercard Nickel Classic e um IBAN português que lhe permitem realizar todas as operações necessárias para a gestão do seu dia a dia.”, explica João Guerra, CEO da Nickel em Portugal.

Um dos argumentos para a adoção da Nickel é o custo. O valor proposto é de 20 euros, o que, segundo o CEO, “é cerca de metade do valor mais baixo que é atualmente proposto no mercado”. Além de um valor de custos bancários competitivos, a Nickel quer também ser reconhecida pela simplicidade e transpar~encia. “O nosso preçário é simples e tem um número reduzido de operações de forma a que, em cada momento, o cliente saiba exatamente o que está a pagar e não haja surpresas”.

A oferta dos serviços em pontos de venda espalhados pelo país é também vista como uma possível vantagem competitiva, nomeadamente atendendo a que os bancos tradicionais têm vindo a fechar agências. Outra dado com impacto é o número de pessoas que ainda não tem conta bancária em Portugal e que o Banco Mundial estimava ser de 700 mil, em 2017.

“Queremos fazer parte da criação de um futuro transformador, com um grande foco na inovação e na experiência do cliente, contribuindo não apenas para a inclusão financeira da população, como também para a reaproximação de regiões onde o acesso a infraestruturas financeiras é limitado e para o desenvolvimento da Economia Digital e Cashless, enquanto fomentamos o comércio local, facilitando o acesso a serviços financeiros sem os constrangimentos de horários e a burocracia normalmente associados ao setor”, afirma João Guerra.

Abrir uma conta Nickel é já possível em mais de 100 pontos de venda, de norte a sul do país. O processo de abertura de uma conta pode também ser iniciado online, através do website ou da aplicação móvel da instituição, bastando depois que o cliente se dirija a um ponto de venda para recolher e ativar o seu novo cartão de débito.

Em França, a Nickel tem 5% do seu capital nas mãos da associação que representa as tabacarias e que é um parceiro-chave na distribuição da oferta de serviços pelo país. Em Portugal, o parceiro com quem a empresa está a trabalhar é a CCP – Confederação do Comércio Português.

O lançamento em Portugal contou com a presença de João Guerra e de Thomas Courtois, Presidente da Nickel. Na Europa, a empresa está presente em França, Espanha e Bélgica – agora também Portugal – e, em breve, na Alemanha, contando com 3 milhões de clientes.