"Estamos no início de um percurso que culminará com uma fábrica nova (...) o que se prevê que ocorra num prazo de sensivelmente 18 meses", vincou Telmo Magalhães, da conserveira Cofaco, falando aos jornalistas depois de ouvido na comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores, na ilha do Pico.
"Com algum conforto", prosseguiu o responsável, até "janeiro de 2020" há condições para a fábrica - cujo projeto aguarda agora parecer do Governo Regional dos Açores - estar ativa, num projeto orçamentado em cerca de sete milhões de euros.
Questionado sobre os planos para os trabalhadores da empresa agora despedidos, o responsável diz que a empresa dona do atum Bom Petisco não tem "outras soluções para os postos de trabalho" a criar que não passem pelos trabalhadores agora dispensados.
A nova fábrica deverá arrancar com 100 trabalhadores, sendo previsível que passe para os 150 num período breve de tempo e "podendo ir até aos 250" efetivos, garantiu Telmo Magalhães.
O responsável da Cofaco foi ouvido à porta fechada, sem comunicação social, depois do anúncio em janeiro do despedimento coletivo de mais de 160 trabalhadores, na sua maioria mulheres.
Desde o anúncio do despedimento ainda não tinha havido uma tomada pública de posição dos responsáveis da conserveira.
O pedido de audição da administração havia sido feito em meados de janeiro pela bancada do PS.
Recentemente ficou a saber-se que os representantes da empresa recusaram duas propostas dos trabalhadores para a realização de uma ação de ‘lay-off’ e sua integração na eventual construção de nova fábrica na ilha do Pico.
A conserveira anunciou no início de janeiro o despedimento da totalidade dos trabalhadores na fábrica do Pico, prometendo a readmissão no futuro da maioria dos quadros.
Foi através do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores que se soube, em 09 de janeiro, que a administração da conserveira se havia reunido com os trabalhadores da empresa no Pico para os informar de que todos seriam despedidos – com direito a indemnização e fundo de desemprego –, deixando a Cofaco de laborar naquela ilha até à construção de uma nova fábrica.
Logo aí ficou junto dos trabalhadores uma “promessa verbal” de que quando a nova fábrica estiver concluída, o que poderá acontecer “entre 18 meses e dois anos”, a maioria dos quadros seria readmitida.
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