“O CDS levará [o PE a votos] para que todos tenham as suas posições clarificadas e todos assumam as suas responsabilidades. O PCP e o BE podem fazer muito barulho, mas são eles que suportam este Governo e são, por isso, corresponsáveis com as políticas e com as opções deste Governo”, defendeu Assunção Cristas aos jornalistas.
À margem de um encontro com a Associação Portuguesa de Parkinson, a líder centrista sublinhou que, o “Programa de Estabilidade a votos, pela mão do CDS, permitirá mais uma vez retirar esta conclusão”.
“Na ‘prova dos nove’, votam todos em conjunto. Por isso é que as esquerdas encostadas ora encostam, ora desencostam, mas quando é para aprovar o Programa de Estabilidade e Orçamento do Estado, que são os documentos estruturantes da governação, estão todos e estão todos bem unidos”, sustentou.
A dirigente do BE Mariana Mortágua disse hoje à TSF que o Bloco de Esquerda irá votar contra a resolução do CDS-PP sobre o Programa de Estabilidade, classificando essa iniciativa como “uma provocação” à atual maioria parlamentar de esquerda.
Depois, em conferência de imprensa no parlamento, Mariana Mortágua avisou que o Governo não pode ir além dos compromissos assumidos com Bruxelas e terá de inscrever até sexta-feira no Programa de Estabilidade a meta de 1% de défice para 2018 acordada no Orçamento.
A deputada e dirigente bloquista advertiu que o Governo criará “instabilidade” na maioria parlamentar de esquerda caso mantenha a intenção de inscrever uma meta de défice de 0,7% no PE.
O PE deverá ser aprovado em Conselho de Ministros na próxima quinta-feira, dando entrada na Assembleia da República na sexta-feira.
“Temos apenas quatro meses de execução do Orçamento do Estado para 2018 e o Governo já está a rever em baixa o compromisso que assumiu com Bruxelas porque tem uma grande margem proveniente de 2017 – uma margem de mais de mil milhões de euros que não foi gasta nem executada em investimento em serviços públicos e em recuperação de rendimentos”, sustentou Mariana Mortágua.
Para Mariana Mortágua, sendo impossível alterar a execução orçamental de 2017, “é, no entanto, possível assumir que a margem do ano passado é transposta” para o corrente ano e que “o compromisso alcançado em 2018 se cumpre”.
“Caso se volte a ajustar em baixa as metas de 2018, indo novamente além dos compromissos com Bruxelas, se isso se fizer todos os anos, tal significa que todos os anos há um efeito de arrastamento e que várias centenas de milhões de euros são retirados a funções como o investimento em serviços públicos ou em reposição de rendimentos. Assumimos o compromisso de termos um défice de um por cento em 2018″, sublinhou a deputada do BE.
“Se falta dinheiro na saúde, se a saúde não é uma prioridade, se o ministro da Saúde diz que todos são Centeno, e, portanto, que o défice está à frente das questões da saúde, então, todos têm de ser responsabilizados, acrescentou.
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