O anúncio foi feito pelo procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tareck William, durante uma alocução transmitida através da televisão estatal venezuelana.

Segundo Tareck William Saab, as autoridades venezuelanas realizaram uma investigação para determinar más práticas bancárias que levaram à detenção de 134 pessoas, à emissão de 298 ordens de detenção, 300 rusgas e 1.380 contas bancárias bloqueadas por atividade suspeita, entre elas 1.000 no Banesco.

Segundo o procurador, foram detetadas transações, provenientes do Panamá e da Colômbia, como parte de um sistema financeiro paralelo, numa intervenção “muito cirúrgica” por parte do banco.

Entretanto, através de um vídeo, o presidente do Banesco Grupo Financeiro Internacional, Juan Carlos Escotet, anunciou que viajará de imediato para a Venezuela, para prestar declarações perante a Direção-Geral de Contrainteligência Militar (serviços secretos militares) sobre a detenção dos altos diretivos do banco.

Segundo Juan Carlos Escotet, o Banesco “sempre tem trabalhado dentro da lei”.

A imprensa venezuelana dá conta de que nos últimos anos tem havido a intenção por parte do Governo venezuelano de comprar o Banesco e que o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, Diosdado Cabello (tido como o segundo homem mais forte do chavismo), chegou mesmo a garantir que o processo de compra está finalizado, o que tem sido desmentido pelo banco.

A Superintendência das Instituições do Setor Bancário (SUDEDAN) anunciou hoje que o Banesco seria alvo de uma medida de intervenção administrativa, durante os próximos 90 dias consecutivos, “devido a uma quantidade de operações fraudulentas, em que se supõe estão envolvidos vários diretivos” do banco, contra os quais foram emitidos mandados de detenção.

Segundo a SUDEBAN, a medida não influirá nos serviços ordinários do banco e é necessária para sanear aquela instituição de ilícitos e reconduzi-la à normalidade nas atividades financeiras.