Esta quinta-feira tem lugar a primeira reunião do ano do BCE, depois de ter fechado 2022 no total com um conjunto de aumentos de 250 pontos base.

Na última reunião, em dezembro, a instituição liderada por Christine Lagarde abrandou o ritmo de subida das taxas de juro, mas avisou que iria continuar a subi-las “significativamente”, mostrando-se determinada no combate à inflação, que continua “demasiado elevada”.

O BCE decidiu nessa altura abrandar o ritmo e optou por uma subida de 50 pontos base nas suas taxas de juro, fixando a principal taxa de juro de refinanciamento em 2,5%, o nível mais elevado desde finais de 2008.

“É esperado um aumento de 50 pontos base, de acordo com o mercado monetário, devendo o BCE corroborar também uma alta de mais 50 pontos base na próxima reunião no dia 16 de março”, considera Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, em declarações à Lusa.

Na mesma linha, em declarações à Lusa, Filipe Garcia, presidente da IMF — Informação de Mercados Financeiros, acredita que “o BCE deverá subir em 50 pontos base [os juros], sinalizar que o trabalho não está feito e que apesar de sinais positivos na evolução da inflação, também os há na economia, pelo que o aperto monetário deverá continuar ao longo do semestre”.

Franck Dixmier, diretor global de investimentos em obrigações da Allianz Global Investors (AllianzGI), que também aponta uma subida de 50 pontos base, numa nota de ‘research’ espera “que a presidente do BCE continue a insistir na sua mensagem agressiva, enquanto permanecem muito moderadas as expetativas dos investidores sobre a taxa terminal”.

Também o Goldman Sachs aponta, numa nota de ‘research’ para um ritmo constante de aumentos de 50 pontos base, considerando, contudo, que a taxa terminal “depende dos dados”.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito estão, atualmente, em 2,50%, 2,75% e 2%.