Nas previsões de primavera divulgadas hoje, Bruxelas afirma que "depois de uma performance forte na segunda metade de 2016, o crescimento económico de Portugal deve aumentar ainda mais em 2017, antes de abrandar em 2018".

A Comissão Europeia estima que o PIB português cresça 1,8% este ano e 1,6% no próximo, melhorando as suas estimativas perante as previsões de inverno, quando projetava que a economia portuguesa avançasse 1,6% este ano e 1,5% no próximo.

Agora, a Comissão Europeia alinha a sua estimativa com a do Governo, que também prevê, segundo o Programa de Estabilidade 2017-2021, que o PIB cresça 1,8% este ano, mas mostra-se menos otimista para o ano seguinte.

De acordo com as previsões de hoje, Bruxelas antevê que o crescimento do PIB abrande para 1,6% em 2018, o que, apesar de demonstrar uma pequena melhoria face às previsões de inverno (1,5%), opõe-se à ligeira aceleração, para 1,9%, que o Governo estima para o próximo ano.

A Comissão Europeia afirma que as vulnerabilidades da economia portuguesa a fatores externos ainda é elevada e que a banca ainda enfrenta desafios, fatores que podem prejudicar o crescimento projetado.

Outra das preocupações de Bruxelas é um possível abrandamento no consumo privado, embora admita que se mantenha forte este ano, apoiado pelo aumento do salário mínimo nacional e por um "crescimento robusto do emprego".

Por outro lado, o executivo comunitário afirma que os indicadores de curto prazo sobre o investimento revelam uma "imagem mista": enquanto as vendas de cimento continuam a acelerar, há um abrandamento na importação de bens de capital, o que aponta para um "crescimento mais fraco no investimento de equipamento".

Nesse sentido, afirma, prevê-se que o investimento em construção continue a aumentar, particularmente este ano, "devido a uma recuperação forte no investimento público e a uma subida gradual na construção de propriedades privadas".

A Comissão Europeia afirma também que as exportações e importações aumentaram mais do que o previsto no final de 2016 e que no início deste ano continuaram a subir, sendo que pode ser expectável um abrandamento na segunda metade do ano.

"O turismo estrangeiro representou quase 7% do PIB em 2016 e prevê-se que se mantenha forte, embora as limitações de capacidade devam enfraquecer ligeiramente o ritmo de crescimento no pico do verão", afirma a Comissão.

A exportação de bens "também está a beneficiar de uma procura maior" pelos parceiros comerciais, enquanto as importações "devem crescer mais rapidamente do que as exportações devido à recuperação do investimento".

A Comissão estima que também o mercado de trabalho continue a recuperar, com o desemprego a descer para 9,9% este ano e depois para 9,2% no próximo, em linha com o que prevê o Governo, ao mesmo tempo que os custos unitários de trabalho devem aumentar de forma modesta e "em linha com a tendência da maioria dos parceiros comerciais".