Nas previsões económicas de outono divulgadas hoje em Bruxelas, o executivo comunitário estima que o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal cresça 2% este ano, acima da anterior estimativa de 1,7% divulgada em julho e uma décima acima da previsão do Governo.
"O crescimento económico superou as expectativas no primeiro semestre de 2019, apesar do fraco ambiente externo", escreve a Comissão Europeia no documento, recordando que o PIB cresceu 0,6% nos dois primeiros trimestres do ano, "determinando uma perspetiva mais favorável para o ano inteiro".
A Comissão adianta, contudo, que "o ritmo de moderação previsto no verão ainda parece provável, apesar de partir agora de uma base mais alta".
Para 2020, a Comissão Europeia manteve em 1,7% a previsão para o crescimento da economia portuguesa, abaixo do antecipado pelo executivo português.
No Projeto de Plano Orçamental enviado para Bruxelas em 15 de outubro, o Governo estimou que a economia portuguesa desacelere de um crescimento de 2,4% em 2018, para um crescimento de 1,9% em 2019 e volte a acelerar para um crescimento de 2% no próximo ano.
Nas previsões económicas de outono divulgadas hoje, o executivo comunitário indica que a procura interna deve continuar a dar um forte contributo ao crescimento económico este ano, "devido a uma recuperação substancial do investimento no primeiro trimestre".
E a Comissão adianta que "o consumo privado e o investimento deverão continuar a ser os principais 'drivers' do crescimento em 2020 e 2021, apesar de a um menor ritmo".
O executivo comunitário acrescenta que o investimento beneficiará, por um lado, da absorção dos fundos europeus, enfrentando, por outro, um menor otimismo por parte das empresas.
No documento, a Comissão deixa um alerta para o défice externo português explicando que, "em 2019, as importações deverão aumentar muito mais depressa do que as exportações pelo segundo ano consecutivo", principalmente devido ao elevado investimento, "desencadeando uma deterioração significativa no saldo externo do país".
O executivo comunitário adianta que "o saldo da conta corrente foi revisto em alta nos últimos anos, mas deve passar de um excedente de 0,1% do PIB em 2018 para um défice de cerca de 1% até 2021".
Para a taxa de desemprego, Bruxelas antecipa que desça dos 7% em 2018 para 6,3% este ano e 5,9% em 2020, as mesmas estimativas que o Governo inscreveu no Projeto de Plano Orçamental apresentado em outubro.
A Comissão Europeia espera que a inflação se fixe em 0,3% este ano em Portugal e depois acelere para 1,1% em 2020.
(Artigo atualizado às 11:29)
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