De acordo com um comunicado, a CGD teve um resultado corrente 632 milhões de euros, sem a venda dos bancos de Espanha e da África do Sul.

Em termos de rentabilidade, o banco atingiu um rácio ROE 'return on equity' (rentabilidade de capitais) de 8,1%, destacou o presidente do banco, Paulo Macedo.

Para a CGD, são os maiores lucros desde 2007, ano em que o banco apresentou um resultado líquido positivo de 856,3 milhões de euros.

"Conseguimos ter contas que permitem continuar a devolver dinheiro aos contribuintes portugueses e a gerar valor e, por outro lado, também conseguimos ter contas que vão ao encontro dos compromissos que o Estado português assumiu", salientou Paulo Macedo em conferência de imprensa na sede do banco, em Lisboa.

O presidente executivo do banco público destacou ainda os resultados internacionais, que "têm tido uma 'performance' consistente, em geografias difíceis, com um desafio muito grande em termos de crescimento da economia, de risco, de melhoria de práticas".

O gestor falou ainda do "crescimento do resultado 'core' [principal], mesmo com a margem financeira a decrescer, como é normal e todos sabem".

"O resultado 'core' sobe, e o que nós temos é uma margem financeira que desce, um valor de comissões que sobe, um produto bancário, no seu todo, que é, nestas duas componentes, menor, mas que é compensado com a redução de custos que a Caixa fez", destacou Paulo Macedo.

O presidente do banco disse que o corte de custos é "um trabalho extremamente exigente" e "indispensável".

"Nunca os contribuintes portugueses nos desculpariam se nós só estivéssemos a fazer outras coisas que não fossem procurar uma melhor eficiência e, obviamente, um contributo maior para os nossos serviços não serem tão onerosos", considerou.

Paulo Macedo salientou ainda "uma melhor eficiência que está espelhada, porque com menos recursos" o banco público está a "gerar mais negócio" e "com um melhor serviço".

Em termos de atividade internacional, as entidades da Caixa no estrangeiro contribuíram com 183 milhões de euros para o resultado líquido de 776 milhões de euros em 2019, com destaque para o BNU de Macau (69 milhões de euros), o BCI de Moçambique (34 milhões de euros), a sucursal de França (20 milhões de euros) e o Banco Caixa Geral de Angola (20 milhões de euros).

No quarto trimestre de 2019, os resultados da CGD atingiram os 150 milhões de euros, um aumento de 19% face aos 126 registados no mesmo período de 2018.

Em 2019, a exploração 'core' do banco atingiu os 751 milhões de euros, um aumento de 1% face aos 744 milhões registados em 2018.

Já a margem financeira desceu 7,1% em Portugal e 4,3% em todo o grupo CGD entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019, de acordo com os dados do banco hoje divulgados.

A receita com comissões cresceu 4,6% entre 2018 e 2019, passando de 480 milhões de euros em 2018 para os 502 milhões em 2019.

Em Portugal, o aumento das comissões foi de 5,3%, "suportado na colocação de seguros e fundos de investimento", de acordo com o banco, sendo que a rubrica passou de 393 milhões de euros em 2018 para 414 em 2019.

Sobre as comissões, Paulo Macedo questionou "o que aconteceria aos trabalhadores" do banco caso não subissem e reiterou que a comissão executiva não está a "prever nenhum aumento de comissões" em 2020.

Já os custos de estrutura do banco desceram 2%, passando de 984 milhões de euros em 2018 para 965 milhões em 2019, sendo que desses, 48 milhões de 2018 e 51 milhões em 2019 são não recorrentes.

Os custos com pessoal passaram de 610 milhões de euros em 2018 para 583 milhões em 2019, uma descida de 6%.

A atividade corrente da Caixa teve também um reforço das provisões em 27 milhões de euros em 2019.

Quanto a prémios pagos aos administradores em 2020, relativos aos resultados de 2019, o presidente da Caixa afirmou que espera que sejam pagos e que se o forem serão "de acordo com o plano estratégico" do banco.

CGD reduziu 575 trabalhadores em 2019

De acordo com a apresentação das contas do ano passado, o grupo CGD tinha no final de dezembro na atividade em Portugal 7.100 funcionários, o que compara com os 7.675 que tinha em final de 2018 (menos 575 trabalhadores).

Esta redução de funcionários está em linha com as afirmações que o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, fez ao longo do ano passado sobre as saídas de pessoal previstas no total de 2019 (através de pré-reformas, rescisões por mútuo acordo e não renovação de contratos a termo).

A CGD tem estado num processo de redução de trabalhadores desde que foi recapitalizada e negociou o plano de reestruturação com a Comissão Europeia.

Quanto à rede comercial, a CGD refere nos resultados hoje divulgados que tinha 548 pontos de contacto com os clientes no final de 2019 em Portugal, sendo que este número inclui agências mas também extensões e gabinetes de empresas.

O banco público divulgou hoje que obteve lucros de 776 milhões de euros em 2019, um aumento de 57% face aos 496 milhões de euros registados em 2018.

Hoje, na apresentação dos resultados da CGD, em Lisboa, José de Brito, administrador financeiro do banco, disse que desde 2016 o grupo bancário já reduziu em 20% o número de trabalhadores.