"Penso que esse cenário não está em cima da mesa", afirmou o ministro, quando questionado pelos jornalistas se a economia nacional poderia ter uma recessão, depois de registar uma estagnação no segundo trimestre.

António Costa Silva, que falava à margem da sessão de apresentação dos Bairros Comerciais Digitais, no Porto, salientou, contudo, que o país não é alheio ao que se passa no espaço europeu, sobretudo, na economia alemã.

"A Alemanha conseguiu evitar a recessão, tinha dois meses seguidos de crescimento negativo, mas o último foi zero, evitou a recessão do ponto de vista técnico, mas, obviamente que a economia alemã estar com a situação anémica em que está arrasta toda a Europa e essa é uma preocupação porque nós não somos imunes a tudo aquilo que se passa no espaço europeu", acrescentou.

Já quanto à economia nacional, o ministro diz existirem "alguns sinais que são positivos", mas outros preocupantes.

"No segundo trimestre, tivemos um crescimento homólogo de 2,3% e compara com o 2.º trimestre de 2022, sendo o ano de 2022 um ano excelente. O crescimento em cadeia foi de 0%, não houve crescimento em cadeia, e nesse sentido é evidente que é uma preocupação, mas acredito que a economia portuguesa pela sua resiliência pode responder aos desafios que temos colocados à nossa frente", disse.

Questionado sobre o aumento do número de contratos a termo em Portugal, António Costa Silva salientou que, globalmente, o mercado de emprego está a “funcionar de forma muito positiva”.

“Nunca tivemos uma força empregada desta ordem, de 4,9 milhões de pessoas, tem havido oscilações e, portanto, às vezes aumenta o emprego, às vezes aumenta o desemprego. Nesta altura penso que não são problemas estruturais, penso que a economia está a ter capacidade de gerar mais emprego e absorver”, referiu, dizendo que o Governo está a trabalhar para diminuir o número de trabalhadores precários.

Também questionado sobre uma dívida da Jerónimo Martins superior a 32 milhões de euros ao Estado pelo pagamento da taxa de segurança alimentar, o ministro disse que o Governo está a acompanhar a situação, mas escusou-se a comentar se existiam outros grupos económicos com dívidas ou se o Governo ponderava alterar o atual regime.

“Não posso anunciar nada, estamos a pensar em medidas que possam facilitar o funcionamento global do setor e é isso que irá acontecer”, disse.