“A CIP apela ao Governo para que acompanhe esta situação [na Autoeuropa] de perto, procurando as soluções que melhor protejam a empresa e toda a atividade económica na região de Setúbal”, refere um comunicado hoje divulgado pela confederação empresarial.

“É igualmente importante que sejam agilizados os procedimentos administrativos que a Autoeuropa terá de desencadear para gerir esta paragem forçada dos trabalhadores com o mínimo de impactos”, acrescenta o documento em que a CIP considera que a suspensão da produção na Autoeuropa vem juntar-se “à estagnação da economia nacional e ao arrefecimento na União Europeia”.

A fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela, no distrito de Setúbal, revelou na semana passada que vai haver uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia “severamente afetado” pelas cheias que ocorreram no passado mês de agosto naquele país.

A Autoeuropa anunciou também a intenção de recorrer ao `lay-off´ durante a paragem de produção, mas a Comissão de Trabalhadores, que hoje reúne com a administração da fábrica, entende que a empresa tem condições para garantir os rendimentos de todos os funcionários.

No comunicado, a CIP diz estar a acompanhar a situação com preocupação, por se tratar de uma “empresa com impacto relevante na criação de riqueza do país, em especial no universo de empresas em redor da fábrica de Palmela”.

“Esta suspensão de uma grande empresa industrial acontece na mesma semana em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou a estagnação da economia nacional entre o primeiro e o segundo trimestres do ano, alertando em particular para a queda das exportações — menos 2,3%”, lê-se no documento.

A CIP considera também que “o arrefecimento da economia da União Europeia é uma evidência que está naturalmente a refletir-se na queda do investimento privado em Portugal e que também já começou a provocar o aumento do desemprego em vários países da União Europeia”.

Perante os cenários que considera pouco animadores para o futuro próximo do país, a CIP defende que “o agravamento da situação nacional é um risco que tem de ser enfrentado sem hesitações”.

A Autoeuropa, que no ano passado produziu mais de 231 mil automóveis, representa cerca de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e é um dos principais clientes de dezenas de empresas, nacionais e estrangeiras, instaladas na região de Setúbal.