Numa carta enviada aos associados, o presidente da CIP, António Saraiva, disse que a organização tem “questionado a insuficiência das medidas até agora tomadas, bem como o atraso com que têm chegado ao terreno”.

“Propusemos medidas mais robustas, mais abrangentes e mais adequadas”, garantiu, destacando que “em complemento, e dado que há a consciência que nem todos os setores da economia sofrem estes problemas na mesma medida, a CIP vai dedicar o seu próximo trabalho com o FutureCast-Lab do ISCTE à inflação nas empresas portuguesas”.

Assim, em setembro a CIP estará “em condições de apresentar um conjunto mais completo de medidas para gerir o aumento dos custos de produção e de funcionamento”, indicou, numa nota hoje divulgada.

“Quando tanto se fala em sustentabilidade e resiliência, Portugal tem que ser capaz de encontrar a forma de não perder competitividade, para que as empresas portuguesas não só subsistam, mas invistam e empreguem cada vez mais”, referiu.

“O que há seis meses alguns questionavam como um fenómeno transitório está hoje confirmado como uma realidade inesperada: a inflação” escreveu o presidente da CIP, recordando que “segundo os dados mais recentes do INE, a taxa de inflação terá atingido os 9,1% em julho”.

“Estamos perante a maior taxa de inflação das últimas décadas. Na sequência de alguns constrangimentos da oferta decorrentes da pandemia e com a retoma da atividade em vários setores os preços das matérias-primas tiveram aumentos significativos e os impactos da guerra na Ucrânia estão a fazer-se sentir aos mais diversos níveis”, alertou.

De acordo com António Saraiva, “os aumentos dos combustíveis, incluindo o gás natural, e da eletricidade são os que têm maior impacto no custo das empresas”, sendo que “em vários setores de atividade este brutal aumento da energia torna a produção inviável, não havendo condições para repercutir os novos custos nos preços”.

Por outro lado, referiu, “as medidas macroeconómicas de controlo da inflação têm como efeito direto o aumento das taxas de juro, o que é particularmente duro no tecido empresarial português que, como é sabido, está bastante dependente de capitais alheios, o que ainda foi reforçado pelo período recessivo de 2020/21”.

Segundo o líder da organização, a CIP “tem vindo a acompanhar, com preocupação, os desenvolvimentos relativos à inflação e tem suscitado junto do Governo a necessidade de acautelar o funcionamento das empresas sujeitas a este choque, nomeadamente em termos do preço da eletricidade e do gás”.

“Temos bem consciência do que está a ser feito em diversos outros países e a forma como a competitividade das empresas está a ser defendida e isso é essencial para a manutenção do tecido empresarial”, salientou.

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