A empresa especialista no desenvolvimento de ‘software’ para o setor financeiro abriu há pouco mais de um ano um Centro de Tecnologias Avançadas (CETAN) no parque tecnológico Brigantia Ecopark de Bragança e está a recrutar pessoal para “atingir os 80 colaboradores até ao final de 2019”.
O presidente da ITSector, Renato Oliveira, indicou hoje, em Bragança, que está à procura de vários perfis, desde analistas funcionais a programadores, gestores de projetos e ‘testers’ (testadores), mas tem sido confrontado com dificuldades no recrutamento, “devido à escassez de recursos humanos disponíveis na área de TI [Tecnologias de Informação] em Portugal”.
A prioridade é “dar oportunidades a locais que queiram desenvolver a sua carreira na área tecnológica ou que pretendam regressar à sua terra natal”.
"Queremos captar os jovens que fazem a sua formação no Instituto Politécnico de Bragança e na Escola Superior de Mirandela, mas também elementos seniores que possam dar o seu contributo e maturidade no desenvolvimento de sistemas críticos na área financeira, que é o nosso core do negócio", concretizou à Lusa.
O responsável vincou a convicção de que a opção por trabalhar em Bragança "proporcionará aos colaboradores uma qualidade e custo de vida muito atrativos, principalmente quando comparado com os grandes centros urbanos que são, naturalmente, mais dispendiosos e movimentados".
Porém, o processo de recrutamento tem evidenciado “a escassez de recursos humanos disponíveis na área de TI em Portugal, fenómeno que se amplia nas regiões interiores do país”, e “a empresa está já em contacto com profissionais oriundos do Brasil, contando recrutar, em breve, um mínimo de 15 colaboradores para trabalhar em Bragança”.
"Recrutar na área de TI em Portugal é uma tarefa cada vez mais árdua, atendendo a que a procura de profissionais qualificados supera largamente a oferta disponível”, observou.
Enquanto isso, a diretora de Recursos Humanos, Inês Domingues, garante que tem “recebido vários contactos de profissionais brasileiros”, que têm procurado a empresa “não apenas pela facilidade de adaptação cultural e o facto de não existirem barreiras linguísticas, mas também pela questão social e económica do país de origem”.
Segundo os responsáveis da ITSector, a situação do país leva os profissionais brasileiros “a procurar estabilidade e segurança num local onde possam progredir na sua carreira, construir uma família e ter desafios tecnologicamente aliciantes".
Para acomodar a vaga de colaboradores a contratar ao longo de 2019 para o Centro de Bragança, a ITSector anunciou ainda que vai expandir as instalações no Brigantia Ecopark, passando dos atuais 220 metros quadrado para 600 metros quadrados, com a abertura dos novos escritórios prevista para o final do primeiro semestre de 2019.
A empresa aponta para um investimento global “na ordem de um milhão de euros em dois anos” na unidade de Bragança, que abriu em setembro de 2017 e “tem desenvolvido projetos de referência para clientes do setor bancário na Roménia, Polónia, Angola e Moçambique”, segundo foi avançado.
Fundada no Porto, em 2005, e com Centros de Tecnologias Avançadas instalados em Lisboa, Braga, Aveiro e Bragança, a ITSector dispõe ainda de escritórios na Polónia, Reino Unido, Alemanha, Angola, Moçambique e no Quénia.
No final do primeiro semestre deste ano, a empresa anunciou estar a registar o seu “melhor ano de sempre, apresentando, já na altura, uma carteira de projetos até ao final de 2018 que permitia ultrapassar os 16 milhões de euros de volume de negócios”.
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