Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas no final de um passeio pela Festa do Avante! – uma presença que enquanto governante acontece pelo segundo ano consecutivo -, tendo sido questionado sobre o impasse na Autoeuropa, cujos trabalhadores cumpriram na quarta-feira um dia de greve, a primeira paralisação por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela.
"Com alguma serenidade, respeitemos e vamos deixar que as negociações se desenrolem, porque nós temos a convicção plena de que elas vão correr bem e nós vamos ter um acordo e continuaremos com uma grande empresa em Portugal a produzir e a vender", enfatizou, no Seixal (distrito de Setúbal).
O governante mostrou-se seguro de que "esse entendimento vai acontecer", mas defendeu que todos têm que, "com alguma calma e serenidade, perceber que os trabalhadores estão a defender os seus direitos, estão a defender a sua posição, da mesma forma que a empresa faz o mesmo".
"E algumas das apreciações que são feitas são perigosas e são desrespeitosas para quem trabalha porque num processo negocial as duas partes estão a defender a sua posição", alertou.
A greve foi marcada após a rejeição de um pré-acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores (que apresentou a demissão e convocou eleições para 03 de outubro), devido à obrigatoriedade de os funcionários trabalharem ao sábado, como está previsto nos novos horários de laboração contínua que serão implementados a partir do próximo mês de novembro.
Os trabalhadores alegam que, além do transtorno que a obrigatoriedade do trabalho ao sábado iria provocar nas suas vidas, a compensação financeira atribuída pela empresa é muito inferior ao que iriam receber pelo trabalho extraordinário aos sábados.
De acordo com o novo modelo de horários, cada trabalhador iria rodar nos turnos da manhã e da tarde durante seis semanas e faria o turno da madrugada durante três semanas consecutivas, com uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana.
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