Este crescimento registado nas rendas das casas em Portugal continental resulta numa variação trimestral de 2,7%, “igualmente em linha com a subida média de 2,8% registada desde o segundo trimestre de 2017”, de acordo com o Índice de Rendas Residenciais (IRR), produzido pela empresa Confidencial Imobiliário, com base nos valores dos novos contratos de arrendamento celebrados.

Apesar do aumento em Portugal continental, o segundo trimestre deste ano confirmou a “tendência de arrefecimento” na subida das rendas das casas em Lisboa e Porto, ambas registando aumentos abaixo da média nacional.

Em Lisboa, as rendas aumentaram 5,6% no segundo trimestre deste ano, em termos homólogos, “depois de se manterem praticamente inalteradas em termos trimestrais (0,2%)”, apurou o índice, referindo que é preciso recuar ao terceiro trimestre de 2014 para encontrar uma variação mais baixa (2,6%), o que confirma, assim, “o ciclo de sucessivas travagens das subidas ao longo do último ano”.

“Após a subida de 21,9% registada no segundo trimestre de 2017 (a qual foi o expoente máximo do ciclo de recuperação iniciado em finais de 2013, após a queda de 19% no período da crise), o aumento anual das rendas em Lisboa ainda se manteve em torno dos 20% até início de 2018, mas começou a abrandar a partir daí, passando de uma variação homóloga de 17% no segundo trimestre de 2018 para a agora registada”, explicou a Confidencial Imobiliário, em comunicado.

Relativamente à cidade do Porto, a variação homóloga no segundo trimestre deste ano “foi de 9,7%, a mais baixa dos últimos dois anos”, de acordo com os dados do índice, acrescentando que, em termos trimestrais, a subida foi de 1,7%, o que “exibe um arrefecimento”.

No Porto, a variação máxima foi atingida no terceiro trimestre de 2018, com uma subida homóloga de 23,1%, culminando o percurso de intensificação das subidas sentido desde meados de 2017, uma vez que, “no final de 2018, o crescimento das rendas recuou já para 18,9%, passando para 13,5% no trimestre seguinte e atingindo agora o patamar abaixo dos 10%”.

Na perspetiva do diretor da Confidencial Imobiliário, Ricardo Guimarães, os dados do segundo trimestre deste ano “sugerem um comportamento semelhante ao dos preços de venda, cujas subidas mais recentes no agregado do país parecem agora ser impulsionadas pelos mercados periféricos e não por Lisboa e Porto”.

Considerando que os dados disponíveis não indicam que houve um aumento da oferta que, por sua vez, estivesse a pressionar as rendas para baixo, Ricardo Guimarães defendeu que este ciclo de estabilização das rendas das casas é “o culminar de um processo de crescimento muito forte registado até agora e que, naturalmente, não poderia prosseguir indefinidamente”.

Produzido pela empresa Confidencial Imobiliário, o índice IRR é apurado com base nos preços efetivos de transação, informação que resulta do SIR - Sistema de Informação Residencial que regista dados de oferta e vendas, através de um levantamento de informações junto de promotores, mediadores e avaliadores imobiliários, além da banca.