Fernando Medina falava numa audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).
“Ao constituir o fundo [de investimento estruturante] através de dívida pública portuguesa o que estamos a fazer, na prática, é diminuir a dívida pública portuguesa, porque a dívida detida pelo Estado anula, do ponto de vista da conta, do que é a posição de dívida que o Estado tem relativamente ao exterior”, disse.
O fundo, que está a ser criado pela primeira vez em Portugal, foi anunciado pelo ministro na apresentação da proposta orçamental, para o período pós Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Questionado hoje pelo deputado do PSD Hugo Carneiro sobre o futuro funcionamento do fundo, Fernando Medina salientou que irá “crescer remunerando ao valor da dívida pública portuguesa”.
“Irá crescer também com outras fontes de financiamento que o Estado vai ter nos próximos anos”, acrescentou, em alusão a ser alimentado por parte das receitas provenientes das concessões que serão postas a concurso.
Segundo Medina, a aplicação do fundo será decidida pelo governo em execução.
“Estará na provisão dos governos à época definirem de que forma é que o fazem: se com compartidas de partes do BEI [Banco Europeu de Investimento], se isoladamente com projetos como entendam”, apontou.
O governante defendeu que “essa utilização ao longo do tempo será défice e dívida pública, mas com uma grande vantagem para o país”: “Não só o país terá dívida bastante mais baixa e poderá utilizar esses recursos” como “poderá usar esses recursos sem ter de os ir financiar a lado nenhum”.
A audição do ministro das Finanças inaugura uma série de audições dedicadas à proposta orçamental, que irá ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 30 e 31 de outubro, estando a votação final global agendada para 29 de novembro.
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