“Revisões de uma décima em previsões são revisões muito pequenas para terem um significado”, começou por vincar em declarações aos jornalistas em Bruxelas, após a reunião do fórum dos ministros das Finanças da zona euro, no qual representou Portugal.
Ricardo Mourinho Félix frisou que aquilo que o executivo comunitário diz no documento hoje apresentado é que “no primeiro trimestre do ano houve um crescimento mais lento decorrente de condições meramente conjunturais, e, portanto, que os indicadores de clima económico apontam para que a robustez do crescimento português se mantenha”.
“Obviamente que revisões de uma décima têm um significado limitado”, repetiu, considerando que o objetivo para o crescimento económico para este ano não está em causa.
Mourinho Félix referiu ainda que o Governo português acompanha a situação económica, os indicadores, e, por isso, não está preocupado com uma revisão condicionada por fatores conjunturais temporários.
“Há sempre países que crescem mais ou menos do que a média. Portugal tem tido um crescimento robusto, um crescimento saudável. É um crescimento assente numa composição da despesa que permite que Portugal tenha corrigido largamente desequilíbrios que vinham do passado. Hoje, estamos fora do processo por desequilíbrios macroeconómicos excessivos”, salientou.
A Comissão Europeia está ligeiramente mais pessimista e reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa para este ano, para 2,2%, depois de um “arranque suave” de 2018, e espera um abrandamento da criação de emprego.
Nas previsões de verão divulgadas hoje, Bruxelas piorou a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português de 2,3% para 2,2%, ficando agora ligeiramente abaixo do que estima o Governo de António Costa (que é 2,3%).
“O crescimento do PIB português abrandou para 2,1% (em cadeia) no primeiro trimestre de 2018, devido sobretudo a um enfraquecimento das exportações líquidas. Parte da moderação é explicada por fatores temporários, como más condições meteorológicas que afetaram a construção e a atividade portuária”, explicou a Comissão.
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