“Esperamos que haja em breve um acordo que alivie as tensões”, afirmou Macron, durante a cerimónia de abertura da Feira Internacional de Importações da China, um evento que serve para promover o país asiático como importador, e que decorre em Xangai.
O líder francês considerou que as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo estão a afetar todos os países, incluindo a União Europeia.
“O mundo inteiro está a ser prejudicado”, porque “ninguém sai vencedor numa guerra comercial”, acrescentou o Presidente francês, num discurso que incluiu fortes críticas ao protecionismo e o apelo por maior conexão económica entre os países, “respeitando as particularidades de cada um”.
Macron enfatizou ainda a colaboração em outras áreas, como o meio ambiente, lembrando que o trabalho comum da Europa e da China para reduzir as emissões será “decisivo”, numa altura em que os Estados Unidos planeiam retirar-se do Acordo de Paris.
“Se queremos cumprir com o Acordo de Paris teremos no próximo ano que reforçar os nossos compromissos para reduzir as emissões e devemos confirmar os novos compromissos até 2030 e 2050″, apontou.
Macron parabenizou a China pela sua visão de abertura ao mundo através de eventos como a Feira de Importações, que envolve 3.000 empresas de 150 países, que procuram assim acesso ao emergente mercado chinês.
Portugal está representado pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres. Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame.
“Hoje, a China precisa de se abrir ao mundo e o resto do mundo precisa de se abrir à China”, disse Macron, na sua segunda visita oficial ao país asiático.
O Presidente francês ressaltou a necessidade de “redefinir a ordem do comércio mundial, para que reflita as realidades atuais” e garantiu que a Europa e a China podem “contribuir de maneira razoável” para esse fim.
A economia e o comércio, a cultura e a luta contra as alterações climáticas são as prioridades da viagem de Macron.
Macron janta esta noite com Xi Jinping e parte depois para Pequim, onde encerra a sua visita de Estado com a assinatura de acordos comerciais.
A China enfrenta uma prolongada guerra comercial com os EUA, que impuseram taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens oriundos do país asiático.
Pequim tem tentado recrutar os países europeus como aliados na guerra comercial, mas Paris e Berlim ecoam também as reclamações norte-americanas sobre as práticas comercias chinesas, apesar de se oporem às táticas do líder norte-americano, Donald Trump.
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