“Não estou otimista quanto a bom acordo porque a União Europeia não tem condições para dar um bom tratamento ao Reino Unido já que, entre outras razões, não quer abrir um precedente para situações semelhantes”, afirmou o economista em declarações à agência noticiosa espanhola Efe.
O norte-americano, que recebe no domingo o Prémio Nobel da Economia 2017 em Estocolmo (na Suécia) pelo trabalho desenvolvido na área da economia comportamental e das finanças, considerou que, “seguramente, não haverá ganhos económicos para o Reino Unido ao deixar a União Europeia”.
“A questão é quanto terá de pagar”, acrescentou, falando num “custo elevado”.
Para Richard Thaler, os britânicos que votaram no referendo a favor do ‘Brexit’ “não o fizeram com base em cálculos racionais”.
“Se agora perguntássemos às pessoas quanto é que estariam dispostas a pagar para [o Reino Unido] sair da União Europeia, não creio que fosse um valor muito alto”, disse.
O economista galadoardo sugeriu, por isso, que a primeira-ministra britânica, Theresa May, desse “aos britânicos […] uma oportunidade para o repensarem”, nomeadamente através de voto naquele parlamento.
A Comissão Europeia anunciou hoje que chegou a um “acordo equilibrado” com o Reino Unido sobre os termos do ‘divórcio’ entre as partes (o chamado ‘Brexit’) e decidiu recomendar aos Estados-membros que se passe à segunda fase das negociações, sobre as futuras relações.
A recomendação de Bruxelas baseia-se no relatório conjunto acordado pelos negociadores da Comissão e do Governo do Reino Unido, que foi hoje subscrito pela primeira-ministra Theresa May durante uma reunião, em Bruxelas, com o presidente do executivo comunitário, Jean-Claude Juncker.
Segundo Bruxelas, foram efetuados “progressos suficientes” nos três domínios prioritários: direitos dos cidadãos, diálogo sobre a Irlanda/Irlanda do Norte e acordo financeiro com o Reino Unido, considerando o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, que “serão protegidas as opções de vida dos cidadãos da UE que vivem no Reino Unido”.
Se os chefes de Estado e de Governo da UE, que se reúnem em Bruxelas na próxima semana, concordarem com a avaliação da Comissão, poderão então ter início “de imediato” os trabalhos para a segunda fase das negociações, referente à futura relação (designadamente comercial) entre União a 27 e Reino Unido.
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