Com as negociações do OE2019 a decorrer, era esperado que Catarina Martins dedicasse parte do seu discurso de encerramento da ‘rentrée’ do BE à proposta orçamental do próximo ano, tendo deixado o mote bem claro: "Investir".

"Investir. É este o tempo. Se não fora agora, quando? É agora que a economia cresce e que estamos a recuperar. É agora que podemos e devemos. Se não o fizermos, se deixarmos degradar mais os serviços públicos, as infraestruturas, o território, estaremos a hipotecar o futuro", enfatizou.

A coordenadora do BE elencou propostas do partido para o OE2019, sendo algumas delas bandeiras já conhecidas como a descida do IVA da luz e do gás ou o aumento mínimo de 10 euros nas pensões mais baixas já em janeiro.

Uma das grandes apostas dos bloquistas no último orçamento da legislatura é o investimento nos serviços públicos.

No caso da saúde, e para "salvar o SNS", Catarina Martins defendeu o aumento de verbas, o fim das taxas moderadores e valorização dos profissionais de saúde.

"Investir na saúde, como na educação, na ciência, na cultura", defendeu.

Em relação aos professores, a líder do BE recordou a pressão do partido que permitiu a vinculação este ano de 7500 docentes, mas avisou que muitos outros se mantêm precários.

"Vincular professores, cumprir o que ficou já determinado no OE2018 - contar o tempo de serviço dos professores e de todos os trabalhadores do Estado - e respeitar as carreiras integralmente", defendeu.

Para o OE2019, o BE quer "menos propinas e mais apoios" no ensino superior.

"Repetir que queremos um país qualificado e manter a completa asfixia orçamental dos setores do conhecimento é o absoluto vazio. Qualifica-se o país com investimento. Um por cento para a Cultura é mais do que tempo", defendeu.

Para os transportes públicos, desde logo a ferrovia, segundo Catarina Martins, também terá de haver verba disponível no OE2019 porque "cada tostão que hoje poupamos na CP gastaremos em dobro ou triplo na recuperação do que se perdeu".

A justiça não fica de fora das prioridades e, por isso, o BE quer um "pequeno passo, mas essencial para garantir o seu acesso" que é "baixar as custas judiciais" já no próximo OE.