Estas palavras foram proferidas por Carlos César no final da audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, reunião que durou cerca de uma hora.

"Estamos no último ano desta legislatura e é natural que cada um dos partidos queira salientar diferenças que são naturais e verdadeiras. Portanto, é sempre mais difícil o último orçamento, mas será certamente o momento em que se afirmará a estabilidade política", sustentou o presidente do PS.

Tendo ao seu lado a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, o presidente dos socialistas assumiu que a questão da estabilidade política e do Orçamento do Estado para 2019 foi um dos temas abordados na audiência com o chefe de Estado.

Depois de avisar que não iria transmitir qualquer elemento sobre a forma como essa questão foi abordada na audiência com o Presidente da República, Carlos César assumiu que, para o PS, o processo de aprovação da proposta do Governo de Orçamento do Estado será mais complexo em termos negociais.

"Acreditamos que este Orçamento do Estado conhecerá a sua aprovação. Tal como os anteriores, a negociação com os nossos parceiros reveste-se de complexidade, porque todos sabemos que o PS tem opções diferentes em várias matérias face ao PEV, PCP e Bloco de Esquerda", começou por referir.

No entanto, Carlos César apontou depois que o PS está habituado a trabalhar em conjunto com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

"Conhecemos as diferenças e valorizamos aquilo em que podemos ter convergência - a convergência necessária para que este Orçamento seja bom e seja aprovado e que esta legislatura culmine com uma governação com resultados que a todos se deve", acrescentou, numa alusão ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV.

No final da audiência com o Presidente da República, Carlos César foi também foi confrontado com o desafio feito pelo presidente do PSD, Rui Rio, para que o Governo baixe o imposto sobre produtos petrolíferos face ao aumento do preço dos combustíveis para os consumidores.

Carlos César respondeu: "Vindo de um partido que foi o campeão dos impostos em Portugal, essa [proposta] não poderia ter maior credibilidade".

Depois, o presidente do PS remeteu a política fiscal sobre os combustíveis para a discussão do Orçamento do Estado para 2019.

"Essas matérias sobre política fiscal serão tratadas no momento próprio, no próximo Orçamento do Estado", referiu.

Em relação à forma como decorreu a audiência com o chefe de Estado, o líder parlamentar socialista disse que o PS transmitiu "a vontade de que se prossiga o exercício das atividades governativas na melhor colaboração e cooperação institucional com o Presidente da República, com todos os restantes órgãos de soberania e instâncias dos poderes regional e local".

"Tem sido muito importante esta experiência de Governo com uma componente parlamentar muito acentuada e que tem permitido um acordo para além do partido do Governo e um diálogo com o Presidente da República, o que tem reforçado a estabilidade política no nosso país, a previsibilidade com reforço da credibilidade nacional na dimensão externa", afirmou Carlos César.

Este clima institucional, de acordo com o líder parlamentar socialista, tem sido "muito importante para a confiança dos investidores e dos consumidores".

"Não estamos certamente no melhor dos mundos, mas estamos num país que se distingue no plano europeu pela qualidade do seu crescimento económico e pela sua capacidade de criar emprego e de manter a estabilidade política e social", acrescentou.

[Notícia atualizada às 17:57]