Em declarações à agência Lusa no final de um almoço no International Club of Portugal, onde foi orador convidado, André Ventura afirmou que o documento é "muito marcadamente ideológico", o que se vê na "questão das touradas [aumento do IVA das entradas para a taxa máxima - 23%], como se viu com questões relacionadas com o ensino e, por exemplo, na questão da reserva dos polícias e dos militares, a questão da disponibilidade".
"Para já, é um Orçamento que nos parece ir completamente ao arrepio daquilo que deveria ir, mas mais, ao arrepio daquilo que tinham sido as promessas feitas no programa de Governo quando foi apresentado na Assembleia da República", argumentou, ressalvando que a sua análise à proposta "não está completamente concluída".
"É um Orçamento muito ideológico e, portanto, aparentemente, numa primeira análise vai contra o espírito do próprio programa de Governo, e é marcadamente ideológico contra os portugueses", salientou o deputado.
Apesar das críticas, André Ventura recusou revelar o seu sentido de voto, que disse já estar definido, alegando "uma questão de respeito institucional".
"Acho que não devo, antes de dizer ao senhor Presidente da República, dizer aos jornalistas", afirmou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou hoje uma ronda de audiências com os partidos com representação parlamentar, e André Ventura vai ser recebido às 16:00, no Palácio de Belém, em Lisboa.
A proposta de Orçamento do Estado para 2020 foi apresentada ao final do dia de segunda-feira na Assembleia da República pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.
No documento prevê-se um excedente orçamental equivalente a 0,2% do PIB, o que a concretizar-se será o primeiro saldo orçamental positivo da democracia.
A proposta do Governo prevê ainda uma taxa de crescimento económico de 1,9% e uma descida da taxa de desemprego para 6,1%.
Com a entrega da proposta do Governo inicia-se agora a sua análise e debate, estando prevista a votação final global para 06 de fevereiro.
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