As simulações feitas pela EY têm em conta a proposta apresentada na quarta-feira pelo Governo aos sindicatos da administração pública de aumentos salariais de 0,3% para todos os funcionários públicos em 2020.
Segundo a consultora, um funcionário público com um rendimento mensal de 1.000 euros, ou seja, com 14 mil euros brutos anuais, receberá mais 42 euros brutos ao longo de 2020, que resultará num acréscimo de 26,25 euros líquidos (após retirados os impostos, as contribuições para a Segurança Social ou Caixa Geral de Aposentações e o desconto para a ADSE).
Se se dividir 26,25 euros por 14 meses, verifica-se que o aumento mensal neste caso será inferior a dois euros.
Já um funcionário que ganhe 1.500 euros por mês (28 mil euros anuais brutos), terá um acréscimo bruto anual de 63 euros, mas ficará com apenas 35,91 euros líquidos. Dividindo este valor por 14 meses, o aumento líquido mensal será de 2,6 euros.
Por sua vez, um trabalhador com um salário de 2 mil euros poderá contar com um aumento líquido anual de 42,42 euros (cerca de metade dos 84 euros brutos de acréscimo anual). Neste caso, o aumento mensal líquido será de pouco mais de três euros.
As simulações feitas pela EY demonstram o efeito líquido anual do funcionário público num cenário de não atualização/alteração dos escalões de rendimento e correspondentes taxas progressivas do IRS, cenário que a consultora considera “improvável, atento o expectável desdobramento dos atuais sete escalões de rendimento existentes e correspondente atualização ao valor da inflação”.
Segundo a proposta do Ministério das Finanças, os aumentos salariais para a função pública no próximo ano terão por base "a taxa de inflação observada até novembro de 2019, de 0,3% para todos os trabalhadores”.
O aumento terá um impacto orçamental entre 60 e 70 milhões de euros, segundo o secretário de Estado do Orçamento, João Leão.
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