“O OE que o país precisa e para o qual o PCP se baterá tem de dar prioridade à solução de problemas nacionais em detrimento da submissão das metas orçamentais desligadas da situação do país”, afirmou o líder comunista.
Jerónimo de Sousa discursava no início de uma reunião de quadros da Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do partido, no salão nobre do Teatro Garcia de Évora.
Com sala cheia, o líder do PCP considerou “uma evidência que a solução dos problemas nacionais não encontra resposta na atual política”, a qual “nas soluções mais estruturantes não se distancia das políticas de direita do passado”.
Jerónimo de Sousa assinalou que o OE para 2020 “é um Orçamento da responsabilidade do Governo do PS”, ressalvando que isso “não conduz a que o PCP prescinda de intervir com as suas propostas e soluções para inscrever medidas de sentido positivo”.
Para o secretário-geral comunista, o próximo Orçamento deve apostar no “investimento público” e levá-lo para “níveis que rompam com a média dos últimos anos” para, assim, dar resposta aos problemas nas áreas das infraestruturas e dos serviços públicos, “com particular urgência ao reforço dos meios do Serviço Nacional de Saúde e o destinado aos setores produtivos”.
Jerónimo de Sousa exigiu ainda “o crescimento real das pensões e das reformas e do seu poder de compra”.
Sobre as pensões e reformas, o líder comunista, citando a lei, realçou que “o aumento para 2020 será de 0,8%” e considerou “inaceitável” que para “mais de dois milhões de reformados” o valor suba “cerca de três euros mensais”.
“Muitos dos reformados e pensionistas que não acreditaram na importância do reforço da CDU e que diziam que há quatro anos a esta parte 10 euros é tão pouco, pois temos de os confrontar com esta proposta do Governo”, frisou.
A eliminação das taxas moderadoras, a redução do IVA da eletricidade e gás para 6%, o reforço da progressividade do IRS e o desagravamento da tributação sobre rendimentos mais baixos e intermédios foram outras das propostas.
“Tal como noutras ocasiões, o PCP vai estar na linha da frente do combate por novos avanços, garantindo os compromissos assumidos e dando à força da luta dos trabalhadores e do povo para defender direitos com a sua intervenção e luta, para combater retrocessos e contribuir para uma vida melhor”, sublinhou.
Num discurso de 25 minutos, Jerónimo de Sousa abordou também a possibilidade de o Governo “manter praticamente congelados os salários da administração pública”, por “tomar como referência para o aumento o valor da inflação de 2019, que rondará 0,3%”.
“A confirmar-se, este é o 11.º ano consecutivo de salários congelados. É inaceitável”, concluiu.
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