O ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou hoje no parlamento que Portugal deixará "de viver à custa dos impostos que serão pagos pelas gerações futuras", com o excedente de 0,2% do PIB no saldo orçamental previsto pelo Governo.
"Já este ano chegaremos a um saldo orçamental positivo, o primeiro da nossa história democrática. Portugal deixará finalmente de viver à custa dos impostos que serão pagos pelas gerações futuras. Este é um orçamento para os mais jovens", disse Mário Centeno na sua intervenção no debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2020.
O ministro considera que o excedente de 0,2% em contabilidade nacional previsto para 2020 "é sinónimo da credibilidade do caminho traçado" pelo Governo, uma vez que o seu executivo apresentou "os défices mais baixos da democracia e o crescimento económico mais alto dos últimos 20 anos".
Em sentido inverso, Mário Centeno questionou a credibilidade das "críticas de quem sempre apostou contra estes resultados e que agora diz que aposta no crescimento".
"A política orçamental não é uma casa de apostas, é a identificação de prioridades, a preparação de tomada de decisões", afirmou o ministro.
Mário Centeno afirmou que "este orçamento é melhor que os anteriores, porque Portugal está melhor e os portugueses estão melhor que nos anos anteriores".
"Face a 2015, são mais 38.000 milhões de euros de PIB [Produto Interno Bruto]. São mais 12.000 milhões de euros de salários pagos em Portugal face a 2015. Desde 2015, o crescimento acumulado do investimento em termos reais foi de 28%, o dobro do registado na zona euro, e o crescimento acumulado das exportações foi de 21%, acima do crescimento do comércio mundial", assinalou o governante.
O também ministro de Estado afirmou que "a saída limpa do Governo PSD/CDS foi, afinal, uma nódoa", e que os Governo PS encontrou "uma solução para o Banif, uma resolução com venda do negócio e preservação dos postos de trabalho", recapitalizou a Caixa Geral de Depósitos, e encontrou "uma solução para a resolução do Novo Banco", tornando ainda "financeiramente viável o Fundo de Resolução" da banca.
Sobre a proposta de OE2020, Centeno disse que "apresenta um reforço de todas as prestações sociais", com 1.100 milhões de euros "para reduzir a desigualdade e a pobreza", mais "700 milhões de euros de investimento financiado pelo Orçamento do Estado", mais "720 milhões de euros para emprego e salários de funcionários públicos", e ainda mais 941 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde.
(Notícia atualizada às 12h03)
Comentários