Falando na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no parlamento, Carlos Gomes Nogueira indicou que a CP está “a estudar vários cenários […] à luz do novo código de contratação pública”, mas em todos “está afastada qualquer hipótese de privatização” da EMEF.
Uma das possibilidades é a divisão da EMEF em duas empresas: uma que apenas preste serviço à CP e outra dirigida a mercados terceiros, referiu.
O presidente da CP - Comboios de Portugal, Carlos Gomes Nogueira, estimou ainda que a companhia tenha novo material circulante até 2022, explicando que, até lá, a empresa terá de reparar o existente e proceder a alugueres.
“Será aberto um concurso internacional para aquisição de um conjunto significativo de unidades, mas abrindo-o no primeiro trimestre do próximo ano, como foi dito pelo senhor ministro [do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques] e para o qual acredito que há condições, demora sempre três até estar finalizado”, disse o responsável, numa audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, no parlamento.
Carlos Gomes Nogueira estimou que a CP tenha, assim, novo material circulante (automotoras e locomotivas) “no segundo semestre de 2021 ou primeiro semestre de 2022”.
“Como é que vivemos até lá? […] Viveremos com uma grande entrega da EMEF [Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário] para a recuperação e reparação do material existente”, notou o responsável.
Ao mesmo tempo, “a CP tem material alugado à Renfe [empresa ferroviária espanhola estatal] para comboios regionais, cerca de 20 unidades”, e terá de “reforçar essa componente de aluguer”, acrescentou.
Esse reforço permitirá, segundo Carlos Gomes Nogueira, “guarnecer a linha do Oeste, onde não se podem esconder os problemas complicados, bem como outras linhas regionais”.
Segundo o responsável, “o plano de aquisição de material circulante é um investimento que tem em conta o plano de eletrificação da ferrovia e é um investimento pesado”, mas escusou-se a falar em valores.
Indicou apenas que a CP tem estado em negociações com fabricantes mundiais canadianos, franceses, espanhóis e chineses.
O responsável lembrou que o último investimento feito pela CP em material circulante foi “há muitos anos”: em 2000, para o reforço dos transportes ferroviários urbanos do Porto, e em 1998, para a compra de comboios alfa pendulares.
“Estamos a concluir esse plano de aquisição de material circulante e apresentaremos uma proposta concreta ao senhor ministro [Pedro Marques] até meados deste mês”, assegurou o presidente do Conselho de Administração da CP, que assumiu o cargo em junho passado.
Intervindo na ocasião, o deputado Heitor de Sousa, do BE (partido que requereu a audição), alertou para que “não vale a pena comprar material circulante que daqui a cinco anos esteja em desuso”.
Entretanto, a empresa vai continuar a apostar na remodelação de alfa pendulares.
“Dois já estão em circulação […] e a terceira unidade ainda sairá para operação este ano”, disse o presidente da CP, falando em mais quatro unidades remodeladas no próximo ano e as restantes três a circular em 2019.
A nova geração dos comboios alfa pendular consiste na remodelação total de 10 comboios da frota, num investimento de 18 milhões de euros.
Quanto à entrada de pessoal, a administração da CP espera ter “dentro de dias” a autorização para contratar 24 maquinistas e revisores, adiantou Carlos Gomes Nogueira.
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