“O impacto na economia russa vai ser muito mais forte do que na economia europeia, que é mais forte e de maior dimensão. Depende menos da Rússia. Só há uma grande dependência na parte energética”, apontou o ministro das Finanças, João Leão, em declarações à Lusa, após reunião informal de ministros da Economia e Finanças da União Europeia (UE).
De acordo com o governante, a economia europeia deve crescer menos do que o previsto, havendo o entendimento, entre os ministros da Economia e Finanças, de que as “previsões devem ser revistas em baixa”.
O ministro português notou ainda ser “natural que em Portugal isso também possa acontecer”, ressalvando que continuará a ser um dos países que mais vai crescer ao longo do ano.
“Tudo indica que Portugal vai continuar a ser um dos países que mais cresce na Europa, mas revendo em baixa as previsões que tinha face há um mês atrás. Portugal, apesar de tudo, é dos países menos afetados”, sublinhou.
O principal impacto será por via dos preços de energia, embora os restantes preços também possam reagir.
Contudo, mantém-se uma grande incerteza quanto ao desenrolar do conflito, não sendo ainda possível quantificar o impacto nas previsões macroeconómicas.
A Comissão Europeia admitiu hoje que a invasão militar da Ucrânia pela Rússia terá consequências económicas na Europa difíceis de quantificar nesta fase e poderá colocar em questão o anunciado regresso às regras de disciplina orçamental em 2023.
Os ministros das Finanças mostraram-se de acordo com esta decisão, notando ainda que deverá ser reavaliada em maio.
Rússia deverá entrar em recessão nas próximas semanas
O ministro das Finanças, João Leão, afirmou hoje que as sanções impostas à Rússia estão a ter um "forte impacto" na economia do país, notando que esteve deve entrar em recessão nas próximas semanas.
“Foi dada nota e é um consenso generalizado de que as sanções estão, nesta fase, a ter um forte impacto na economia russa”, afirmou o ministro das Finanças, João Leão, em declarações à Lusa.
Conforme destacou o governante, tudo indica que a Rússia “vai entrar em recessão económica nas próximas semanas”.
Verifica-se uma “forte desvalorização” do rublo (moeda local), que caiu 30%, face à semana anterior, enquanto as taxas de juro passaram de 9,5% para 20%.
Por outro lado, o mercado de capitais está fechado há três dias e há uma corrida aos bancos e aos depósitos.
Os ministros querem também encontrar mecanismos para que a Rússia não possa contornar as sanções impostas, por exemplo, ao nível dos criptoativos.
“Em geral, todos os ministros estavam de acordo de que se deve evitar que a Rússia use a Bielorrússia como uma forma de evitar as sanções”, acrescentou.
Neste sentido, poderá ser discutida a possibilidade de estender algumas sanções à Bielorrússia.
João Leão avançou ainda que os ministros, de forma unânime, estão abertos a considerar mais sanções a aplicar à Rússia.
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