“Estamos a falar de um investimento de capital intensivo, o que é altamente benéfico para a nossa região, particularmente para o município de Nelas. Já temos muitas empresas de tecnologia, mas também muitas empresas de mão-de-obra intensiva e vimos isto com muito agrado, empresas tecnológicas de capital intensivo a instalarem-se aqui na região, o que é excelente”, regozijou-se José Borges da Silva.
O autarca explicou à agência Lusa que se trata de uma empresa “de direito português, que foi constituída para concorrer ao programa Compete para os territórios afetados pelos incêndios”, embora “os promotores tenham ligações à indústria farmacêutica norte-americana” e outros países.
“Têm grande experiência na indústria farmacêutica norte-americana, brasileira, belga. Portanto, são promotores internacionais que têm aqui um agente em Portugal e que pretendem fazer aqui um investimento no âmbito da envolvente internacional do aproveitamento desta planta para efeitos medicinais”, a ‘cannabis sativa’, adiantou o autarca.
O investimento de cinco milhões de euros é para concretizar na zona industrial de Nelas, onde a autarquia, adiantou o presidente, cedeu um lote de terreno de cinco mil metros quadrados para se instalarem.
“O período de construção que foi apontado é o de que no prazo de um ano a empresa estará a funcionar”, sublinhou.
Segundo o projeto apresentado à Câmara, “vão criar mais de duas dezenas de postos de trabalho qualificados, e a candidatura que apresentaram falava em licenciados nas áreas das engenharias químicas e do ambiente”.
“Sei que eles foram conservadores relativamente ao número de postos a criar, porque depois têm as obrigações em termos comunitários e o que nos foi transmitido é que foram conservadores, o número de postos de trabalho poderá ser muito superior como demonstra a expectativa que eles têm de, passados dois anos, terem um volume de negócios superiores a cinco milhões de euros”, especificou.
O investimento “destina-se à criação de uma sofisticada unidade industrial de produção de óleo CBD (cannabidiol), produto extraído da planta ‘cannabis sativa’, para efeitos medicinais e comercialização da indústria farmacêutica”, e a produção será, “essencialmente, para exportar para países como os Estados Unidos, Brasil, México, Reino Unido e França”.
Esta nova empresa vai juntar-se a cerca de 70 empresas já existentes na zona industrial de Nelas, que tem no município mais duas zonas industriais: a de Chão de Pisco, onde estão mais sete empresas, e em Canas de Senhorim, a zona industrial da Ribeirinha, que alberga mais de uma dezena de empresas.
“São três mil postos de trabalho, cerca de 50% da mão-de-obra ativa no setor secundário, ou seja, estamos a falar de três mil trabalhadores da nossa população ativa que ronda as 5.500 a 6.000 pessoas. Portanto, três mil estão no setor industrial do nosso município”, contabilizou José Borges da Silva.
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