O Governo e a TAP têm instrumentos para tentar ultrapassar a providência cautelar. Agora, só se podem queixar deles próprios, a TAP particularmente", declarou Rui Rio aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O presidente do PSD referiu que a providência cautelar "tem um efeito suspensivo que pode durar poucos dias, na exata medida que o Governo também tem instrumentos para propor a ultrapassagem da providência, portanto, eliminar o efeito suspensivo da providência sobre a injeção de dinheiro", acrescentando: " Portanto, aí não dava uma ênfase muito grande, porque ainda depende".

Embora relativizando o efeito desta providência cautelar, Rui Rio considerou, no entanto, que esta decorre de "outro erro crasso da TAP, que foi olhar para o país numa visão paroquial, numa visão regional, e assumir-se como uma empresa regional que só olha aqui para uma região do país".

"Se é uma empresa regional, não pode ser o Estado central a meter dinheiro numa empresa regional. Até têm de ser as câmaras municipais, os agentes locais, quem for. Portanto, a TAP ou é nacional ou é regional, estou farto de dizer isto. Evitava-se esta providência cautelar se não tivesse feito aquilo que fez", argumentou, referindo-se ao plano de voos apresentado pela companhia aérea com ligações maioritariamente a Lisboa.

Por outro lado, o presidente do PSD reagiu às notícias de que "agora a TAP pede 200 ou 220 milhões de euros, e tem de ser já, para pagar salários".

Assinalando que "são salários que não têm os cortes que todos os portugueses que estiveram em 'lay-off', tal como a TAP, tiveram", Rui Rio criticou que se peça "dinheiro dos impostos" para isso.

"Portanto, nós quando temos situações de fragilidade, como a TAP tem, temos depois de ser muito coerentes para gerar o apoio daqueles que pagam o que a TAP quer receber, que são os contribuintes portugueses", defendeu.