"Este quinto mês de pandemia não é o fim da pandemia e já se fala numa segunda vaga. E o que é facto é que quanto mais longa for a pandemia, e mais imprevisível, pior é a crise económica, financeira e social. Por isso é que é muito importante que a Europa não perca tempo a decidir, porque se perder tempo a decidir, além do mais, vai pagar mais caro, muito mais caro", afirmou.
O chefe de Estado, que respondia a questões dos jornalistas nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa, argumentou que "as contas foram feitas àquilo que já foi vivido na pandemia" de covid-19, mas que "ninguém sabe o que vai ser ainda vivido".
"Cada mês de adiamento tem um custo enorme na vida dos europeus, na recuperação das economias e na vida dos europeus", reforçou, defendendo que se impõem "medidas urgentíssimas" por parte da União Europeia.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que espera "que este Conselho Europeu possa ir mais longe" e que "ainda em julho se pudesse ter a certeza do que vai ser a posição europeia em matéria de plano de recuperação e em matéria de quadro financeiro plurianual a partir de 01 de janeiro do ano que vem".
O Presidente da República, que tinha sido questionado sobre a revisão em alta para 7% da estimativa de défice do Governo para 2020, preferiu salientar que "a pandemia caiu em cima de todo o mundo, na Europa e em Portugal".
"É brutal a crise económica e social. Eu já usei esta palavra desde o discurso do 25 de Abril não sei quantas vezes. É brutal, mesmo: uma queda, de repente, a pique", descreveu, considerando que "não há nenhum português, não há nenhum europeu e não há nenhum cidadão do mundo consciente que possa não estar preocupado com a situação".
Interrogado sobre o possível fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro na Assembleia da República, que PSD e PS querem tornar mais espaçados, Marcelo Rebelo de Sousa recusou comentar esse assunto.
"O parlamento auto-organiza-se e os partidos que têm assento no parlamento e, portanto, os deputados, votam livremente o que entendem ser a melhor maneira de funcionar. O Presidente da República não pode pronunciar-se sobre essa organização interna do parlamento", justificou.
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