A quebra verificada de 52,7% em setembro no número de hóspedes, para 1,4 milhões, foi mais intensa do que o INE tinha previsto na estimativa rápida feita no início do mês (-52,2%), enquanto a redução de 53,4% das dormidas, para 3,6 milhões, coincide com o valor previsto.
Esta evolução representa uma nova aceleração das quebras homólogas da atividade turística, fortemente impactada pela pandemia de covid-19, depois da recuperação registada em agosto, em que as descidas ficaram aquém dos 50% (-43,6% e -47,1% nos hóspedes e nas dormidas, respetivamente).
De acordo com o INE, as dormidas de residentes diminuíram 8,5% (-1,5% em agosto) e as de não residentes recuaram 71,8% (-72,4% no mês anterior).
Os proveitos totais registaram uma queda de 59,2% (depois da descida de 48,7% em agosto), fixando-se em 204,8 milhões de euros.
Os proveitos de aposento, por sua vez, atingiram 155,0 milhões de euros, diminuindo 59,5% (-49,0% no mês anterior), segundo a informação atualizada de setembro hoje divulgada.
Num mês em que 24,0% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou sem movimento de hóspedes (22,8% em agosto), o mercado interno (com um peso de 57,2%) contribuiu com 2,0 milhões de dormidas, o que representou um decréscimo de 8,5% (-1,5% em agosto).
Já as dormidas dos mercados externos diminuíram 71,9% (-72,4% no mês anterior) e atingiram 1,5 milhões.
No terceiro trimestre de 2020, as dormidas totais diminuíram 55,7% (-12,0% nos residentes e -76,3% nos não residentes), depois de no segundo trimestre terem recuado 92,5% (-78,0% nos residentes e -98,1% nos não residentes) e no primeiro trimestre terem registado um decréscimo de 18,3% (-12,2% nos residentes e -21,0% nos não residentes).
Considerando o conjunto dos primeiros nove meses do ano, verificou-se uma diminuição de 61,3% das dormidas totais, resultante de variações de -33,3% nos residentes e de -73,4% nos não residentes, sinaliza o INE.
Em termos regionais, em setembro todas as regiões registaram decréscimos das dormidas, registando-se as menores diminuições no Alentejo (-20,9%), Centro (-40,5%) e Algarve (-44,8%).
As maiores reduções verificaram-se na Área Metropolitana de Lisboa (-71,8%), nos Açores (-66,3%) e na Madeira (-66,2%).
O Algarve concentrou 40,0% das dormidas, seguindo-se o Norte (15,9%), a Área Metropolitana de Lisboa (14,4%) e o Centro (13,0%).
Nos primeiros nove meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-36,4%), o Centro (-50,4%) e o Norte (-56,5%).
Em setembro, registaram-se crescimentos do número de dormidas de residentes no Algarve (com +10,1%) e no Alentejo (+3,9%).
Neste mês, em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo e o Algarve registaram as menores diminuições (-62,9% e -63,6%), enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 70%.
De acordo com o INE, a totalidade dos 16 principais mercados emissores de turistas para Portugal manteve “decréscimos expressivos” em setembro, tendo representado 93,0% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês.
As maiores reduções registaram-se nos mercados norte-americano (-95,6%), chinês (-94,9%), canadiano (-94,8%) e irlandês (-91,7%), enquanto os mercados belga (-49,6%), dos Países Baixos (-51,1%), espanhol (-51,8%) e suíço (-55,2%) foram, entre os principais, os que registaram menores decréscimos.
Desde o início do ano, todos os principais mercados registaram decréscimos expressivos, superiores a 60%, com maior enfoque nos mercados irlandês (-89,5%), norte-americano (-85,4%), polaco e chinês (-78,5% em ambos).
A estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,59 noites) reduziu-se 1,6% (-6,3% em agosto), com a estada média dos residentes a aumentar 8,2% e a dos não residentes a crescer 7,4%.
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (30,5%) recuou 27,0 pontos percentuais em setembro (-26,1 pontos percentuais em agosto).
As taxas de ocupação mais elevadas registaram-se no Algarve (39,9%) e no Alentejo (34,7%).
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 30,2 euros em setembro, o que correspondeu a um decréscimo de 54,4% (-41,2% em agosto), enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 83,4 euros, uma quebra de 14,2% (-7,6% em agosto).
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