“Foi renegociada com a Airbus o diferimento das datas de entrega de 13 aeronaves A320neo de 2012-2022 para 2025-2027 e do diferimento da data de entrega dos [dois] A330neo de 2022 para 2024”, lê-se no relatório dos resultados do primeiro semestre deste ano, enviado na segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A transportadora aérea portuguesa justifica esta medida com a necessidade de controlar e reduzir custos, que inclui a suspensão ou adiamento de investimentos não críticos e a renegociação de contratos, face aos efeitos da pandemia de covid-19 na sua atividade.
A TAP tinha contratado com a fabricante de aeronaves Airbus a aquisição de 53 aeronaves (39 A320 NEO Family e 14 A330 NEO) a receber entre 2018 e 2025.
Destas, foram recebidas até ao momento 17 aeronaves.
“Relativamente ao acordo já alcançado com a Airbus, este altera os contratos de aquisição de aeronaves das famílias A320neo e A330neo, permitindo reduzir o CAPEX nos anos 2020-2022 em aproximadamente USD [dólares norte-americanos] 1.000 milhões [aproximadamente 856 milhões de euros], por forma a alcançar um melhor alinhamento com o atual momento de mercado e as perspetivas para os próximos 18-24 meses”, refere a companhia.
Quanto ao contrato de aquisição de aeronaves da família A320neo, a TAP conseguiu adiar algumas entregas para 2021, bem como adiar a maioria das entregas originalmente previstas para 2021 e 2022 para o período entre 2025 a 2027.
“No que se refere ao contrato de aquisição de aeronaves A330neo, foi acordado o adiamento para 2024 relativo às 2 aeronaves com entrega originalmente prevista para 2022, garantindo a TAP Air Portugal a possibilidade de troca destas aeronaves por outros modelos, a avaliar em função da retoma de mercado e necessidades da TAP Air Portugal na altura”.
O Grupo TAP registou um prejuízo de 606 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, dos quais 582 milhões se referem exclusivamente à aviação (TAP S.A.), foi divulgado na segunda-feira.
O Conselho de Ministros aprovou em 17 de julho a concessão de um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP, em conformidade com a decisão da Comissão Europeia.
A primeira tranche do empréstimo, de 250 milhões de euros, chegou à TAP no dia 17 de julho, a segunda, de 224 milhões, no dia 30 de julho, e a terceira tranche, no valor de 25 milhões, foi efetuada no dia 31 de agosto.
Além do empréstimo remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões, ao qual poderão acrescer 254 milhões, sem que, contudo, o Estado se encontre vinculado à sua disponibilização, as negociações tinham em vista a aquisição, por parte do Estado português, de participações sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações acessórias da atual acionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.
Desta forma, o Estado português passou a deter uma participação social total de 72,5%, sendo o restante capital detido pelo empresário Humberto Pedrosa (22,5%) e os trabalhadores (5%).
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