“Creio que se a UE nos ajudar […] o nível das nossas exportações de petróleo não vai mudar”, disse o ministro após uma reunião com o comissário europeu da Energia, Miguel Arias Cañete.
Cerca de 20% das exportações de petróleo do Irão têm como destino a UE e 70% a China e outros países asiáticos.
Segundo o ministro iraniano, citado pela agência Irna, Teerão também “negociou” com os seus clientes asiáticos, em particular a China e a Índia, e não recebeu nenhum “sinal negativo” da parte deles.
O Irão produz atualmente 3,8 milhões de barris de petróleo por dia e exporta cerca de 2,6 milhões de barris por dia de petróleo bruto e de gás condensado.
O comissário explicou por seu lado que o euro tornar-se-á a divisa das transações de petróleo iraniano, realizadas através de transferências entre os bancos centrais europeus e o banco central do Irão.
Miguel Arias Canet é o primeiro responsável ocidental a ser recebido na capital iraniana desde a decisão dos Estados Unidos, anunciada a 8 de maio, de sair do acordo nuclear iraniano alcançado em 2015 e de impor novamente sanções económicas.
O ministro iraniano admitiu que as sanções norte-americanas vão ter “impacto nos investimentos [estrangeiros], reduzindo a taxa de crescimento” da economia.
O comissário europeu afirmou, por seu lado, que a UE está disposta “a intensificar” as trocas comerciais com o Irão e a “tentar neutralizar os efeitos” das sanções norte-americanas que, no caso do setor energético, começam a ser aplicadas em novembro.
O acordo nuclear, assinado em 2015 entre o Irão e o Grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, prevê limitações ao programa nuclear iraniano em troca do levantamento gradual das sanções internacionais.
Depois da decisão dos Estados Unidos, a Comissão Europeia ativou na sexta-feira o chamado “estatuto de bloqueio”, que liberta as empresas europeias dos “efeitos extraterritoriais das sanções dos Estados Unidos”.
A Comissão lançou também o processo formal para permitir ao Banco Europeu de Investimento (BEI) financiar atividades no Irão, o que abre a possibilidade de os países da UE fazerem transferências pontuais para o Banco Central do Irão.
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