“Tem-se falado, por exemplo, de fazermos no próximo ano uma ação em Chicago”, disse Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, no final da segunda edição da “Vinho Verde Wine Experience” que decorreu que nos CanoeStudios de Nova Iorque.
O responsável adiantou que no âmbito do orçamento de 2018 para promoção dos Vinhos Verdes nos Estados Unidos, de 414 mil euros, estão previstas deslocações de importadores e jornalistas norte-americanos a Portugal.
A sessão de promoção em Manhattan, a segunda nos Estados Unidos depois de outra em 2017 em Brooklyn, contou com um público maioritariamente jovem e norte-americano, o que surpreendeu Manuel Pinheiro: “Esperava pessoas mais velhas e pertencentes à comunidade portuguesa”, disse.
Apesar de a estratégia de penetração dos vinhos verdes naquele país ainda estar nos seus primeiros anos, Manuel Pinheiro assinalou que, na perspetiva da comissão, as primeiras etapas estão conquistadas.
“Num primeiro momento conseguimos chegar aos importadores e à distribuição. Neste momento, o Vinho Verde já está nas lojas, pelo que a fase atual de construção do mercado norte-americano é fazer com que o grande público vá lá procurá-lo”, disse.
“É nessa estratégia que se enquadra este evento”, explicou, referindo que os grandes produtores de Vinho Verde entram no mercado norte-americano com preços mais competitivos, enquanto os pequenos apostam nos segmentos mais caros.
Lorena Ascensios, da Aston, uma loja de bebidas alcoólicas especializada em vinhos, refere que os verdes rosé são os mais procurados, seguidos dos brancos, “principalmente no verão”, onde os colocam nos frigoríficos para os vender frescos.
Este distribuidor prefere vinhos de produtores mais pequenos, pelo que os campeões de vendas dos verdes não se encontram nas suas prateleiras.
“A nossa filosofia passa pelos pequenos produtores de qualidade”, diz.
No Le Dû’s, outro distribuidor de Nova Iorque, os verdes que se encontram à venda “não estão na prateleira pela sua categoria, mas porque foram considerados vinhos de qualidade”.
Novamente os rosés sobrepõem-se aos brancos, dadas as características do mercado norte-americano, sendo aconselhados para pratos de peixe.
Charles Springfield, especialista presente na sessão de promoção dos verdes como “educador” dos visitantes, explica como trabalha os norte-americanos para os levar a entender as especificidades destes vinhos.
“Uso uma linguagem do dia-a-dia para que entendam os Vinhos Verdes. A que cheiram? Que sabores sentem? Com perguntas destas vou guiando-os na abordagem ao vinho”, explicou.
As exportações de Vinho Verde para os Estados Unidos aumentaram em dez anos de 4,9 milhões de euros para 13,4 milhões de euros, fazendo com que este mercado corresponda atualmente, em termos de valor, a 21,8 % das exportações desta bebida.
Isto torna aquele país no primeiro mercado de exportação de Vinho Verde em valor há vários anos, mas apesar disso o presidente da comissão espera que as vendas para os Estados Unidos venham a aumentar.
“O mercado de vinhos norte-americano está ele próprio ele próprio em crescimento, dado o consumo per capita ainda ser menor do que em muitos outros países. Será mais fácil aumentar as vendas num mercado em crescimento do que num estagnado”, frisou.
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