Com a aprovação da candidatura “Viajar no Tempo – Ferrovia entre o Vouga e o Dão”, liderada pelo município de Vouzela e que representa um investimento total de 608.328 euros, o Museu Nacional Ferroviário ficará ligado à região.

A candidatura prevê a beneficiação e a musealização de três antigas estações ferroviárias (Vouzela, Moçâmedes e Tonda) e o restauro e musealização de locomotivas na vila de Vouzela e em Real das Donas, bem como de outros recursos relacionados com a história da ferrovia, como a ponte de Vouzela.

A musealização será baseada em soluções tecnológicas e multimédia, com realidade aumentada, realidade virtual, recursos audiovisuais e postos interativos de simulação de condução ferroviária.

Está prevista a colocação de sinalética em mais quatro antigas estações ferroviárias (Sabugosa, Parada de Gonta, Oliveira de Frades e de São Vicente), a recolha de material iconográfico e de testemunhos da história da ferrovia na região e também o desenvolvimento de um plano de comunicação e de promoção turística.

No entender do presidente da Câmara Municipal de Vouzela, Rui Ladeira, trata-se de um projeto diferenciador e que “diz muito às populações do ponto de vista afetivo”.

“É uma oferta turística rica em história e em saberes, que vai permitir viajar no tempo a quem usufrui da ecopista, a quem nos visita e quem teve estas vivências”, frisou.

No concelho de Vouzela será possível, por exemplo, simular a condução de um comboio e, através da realidade aumentada, visualizar as obras de arte que integram a antiga linha do Vouga (agora ocupada pela ecopista).

“Serão ainda colocados painéis interativos e informativos a recuperar os espaços interiores e exteriores e que permitirão contar as vivências e a dinâmica de trabalho da atividade ferroviária de Vouzela e da região”, adiantou.

A presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carla Antunes Borges, considerou que este é “um projeto inovador que promete enriquecer a experiência turística da região e celebrar o rico património ferroviário”, valorizando uma das principais atividades económicas.

“Esta candidatura reforça o compromisso que a Câmara de Tondela tem com a preservação do património cultural, destacando a importância de manter viva a memória de nossa história”, sublinhou.

Segundo Carla Antunes Borges, a candidatura prevê uma “intervenção no edifício da antiga estação do caminho de ferro e no cais da estação de Tonda, de modo a instalar nos edifícios um centro interpretativo da Linha do Dão e das atividades económicas que nela estavam ancoradas”.

Os dois autarcas consideraram que, ao valorizar o património ferroviário existente, será possível potenciar e diversificar a oferta turística não só nos seus concelhos, mas também na região Viseu Dão Lafões e na região Centro, com a ligação ao Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento.

A candidatura, que foi apresentada ao programa “Transformar Turismo”, será implementada nos próximos dois anos, tendo também como parceiros o município de Oliveira de Frades, a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões e o Turismo de Portugal.