Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,10%, o tecnológico Nasdaq perdeu 1,35% e o alargado S&P500 desvalorizou 1,20% e fechou mesmo abaixo do limiar dos 3.800 pontos (3.783,22).
A descida dos títulos, que se acentuou no final da sessão, ocorreu “em contexto de transações muito reduzidas para este fim de ano lúgubre”, resumiram os analistas da Schwab.
Os rendimentos proporcionados pelas obrigações do Tesouro a 10 anos subiram um pouco, dos 3,84% da véspera para 3,87%, o que ocorre com frequência à custa do mercado acionista.
“Estamos em mercado descendente (‘bear market’) e a grande lição de 2022 é que se deveria ter respeitado os riscos”, comentou Adam Sarhan, da 50 Park Investment.
“Enfrentámos vários problemas macroeconómicos — a inflação, a invasão russa da Ucrânia, a subida da taxa de juro pela Reserva Federal – que afetaram as ações e estes problemas continuam por resolver”, acrescentou. “Mas a boa notícia é que esta importante redução das valorizações bolsistas pode abrir a porta ao próximo mercado altista (‘bull market’), admitiu.
O analista da 50 Park Investment sinalizou contudo que historicamente, durante as últimas grandes desvalorizações bolsistas em 2000-2002, com o rebentar da bolha da internet, e em 2008-2009, com o da bolha do imobiliário, o fundo só tinha sido atingido em março.
“Ainda não vimos a capitulação de Wall Street, um movimento de vendas forçadas. Vimo-la no setor das moedas digitais, mas não na bolsa”, avançou.
Entre as boas notícias está a da reabertura económica da China, onde o levantamento das restrições contra a pandemia do novo coronavirus pode relançar a procura.
Mas em todos os mercados, das matérias-primas às ações, passando pelas divisas, os investidores estão prudentes quanto ao ritmo da evolução da atividade na China.
Aliás, dada a propagação da covid-19 no país, o abandono repentino da política de “zero covid” por Pequim suscita inquietação nos países estrangeiros. A Itália já anunciou a imposição de testes aos viajantes provenientes da China e os EUA ponderam a aplicação de restrições.
Entre as cotadas, a transportadora aérea Southwest Airlines está a ser uma das principais vítimas do forte nevão que se abateu sobre os EUA. Obrigada a anular milhares de vos diários desde há cinco dias, a sua ação recuou hoje mais 5,1% depois dos seis por cento da véspera.
Mas as outras transportadoras aéreas também desvalorizaram: a Delta Air Lines 2,77%, a United 2,38% e a de baixos preços JetBlue 2,98%.
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